sábado, 20 de outubro de 2012

Fanfic: Perdida no Corredor por RaquelGira

Yo Minaa-san! Hoje vim publicar uma fanfic que recomendo a todas as docetes. O nome dela é Perdida no Corredor e foi criada pela RaquelGira. Para a ler clique em Ler Mais.



[Notas da Autora]A fic é sobrenatural, tem muita magia e amor no meio. Podem haver algumas ceninhas assim meio...embaraçosas, mas eu aviso e serão todas revistas por uma MODERADOCE, por isso não fiquem mandando MP sobre esta ou aquela cena

[Sinopse]Raquel é uma pequena bruxa que é posta de castigo por usar mal os seus poderes. Como castigo vai para uma escola de magia, onde nada é o que parece. A mãe dela meteu-a na escola para sua segurança, porque à uma “sombra” que ameaçava as suas vidas. Mas nessa escola Raquel encontra um novo perigo: o amor.

[Personagens]Maior Melhor amiga: Carolli (Caroll11)
Melhor Amiga 1: Thata (LoveThata)
Melhor Amiga 2: Havena (Hikkaru)
Menina Mistério: Mel (MalodyMilles)
Colega de turma 1: Pandora (neesan)
Colega de Turma 2: Erays (Erays)
Gémea 1: Ane (AmandaSeares)
Gémea 2: Aniey (AnieyBelle)
Vilã 1: Liliane (LilianeGluglu)
Vilã 2: Tamy (Tamiko)
Prima da Principal: Maria Luiza (Maluziiinha) 
E os meninos de Amor Doce: Nathaniel, Castiel, Lysandre, Dakota, Ken, Dajan, Jade, Leigh, Alexy, Armim, Boris e Dimitri.
Todas as outras meninas de Amor Doce
Pares inventados: Angel, Francisco

[Prológo]Pronto, talvez não se note.
   “Estás louca ou o quê?”
   “O quê.”
   “Há, há, há. Que graça.”
    Isto de falar comigo própria é lix@do. Tenho de parar.
   Mas pronto: esquecendo o facto de eu falar sozinha, eu estou feita ao bife! Pois, como se a minha mãe não visse um buraco enorme na parede do meu quarto! Quando ela vir eu vou estar…
   -Maria Raquel!
   Feita ao… bife!
Olho para baixo através do buraco. Aceno e espero o ataque de raiva.
                A minha mãe é polícia, por isso os seus ataques de raiva são conhecidos na vizinhança.
                Ela sobe as escadas a correr com o traste do meu padrasto atrás, agarra-me na manga do vestido e leva-me para o seu gabinete. É um sítio agradável. Estantes de livros, uma secretária, uma cadeira que gira e um mini frigorífico que ela evita que eu ache. E uma porta que vai dar a uma sala de interrogatório. Ela senta-me na cadeira e aponta a luz para mim.
              - O que estava tentando fazer?
              -Uma janela?
              -E o que você fez em vez disso?
              -Um buraco.
              Ela acena com a cabeça. O meu padrasto mostra-me uma tarte:
              -Queres uma fatia?
              A minha mãe olha para ele. Se o olhar matasse, éramos os dois cadáveres. 
              -Pronto, já chega! – Ela rebenta – Vais para uma escola de magia!
              Eu vou para aonde?

[Capitulo 1]Oi, o meu nome é Maria Raquel Mc. Raven Amoris, (eu sei, é esquisito) mas se me tratar por Maria, está feito ao bife. 
   Há umas semanas atrás, eu rebentei literalmente com a parede do meu quarto, por isso a minha mãe resolveu me meter num colégio de magia. Por isso, eu estou algures entre o Brasil e o Atlântico. Ou a Irlanda e a China, uma vez que de avião tudo parece o mesmo.
   -Então, Bela Adormecida? Dormindo acordada?
   -Que piada. – Digo para o traste do meu padrasto. 
   A minha mãe sempre escolheu bem os homens, teve o meu pai (actual gay, de quem eu gosto muito), o seu treinador pessoal Gary (actual marido do meu pai, meu padrasto então – ou será madrasta?) e o seu mais recente marido: Boris. 
   Pronto, ele não é bem um traste, até é bem fixe. Lembro-me quando lhe contámos que eu era uma bruxa.
   Há dois anos, numa noite de inverno. Era para ser o meu primeiro beijo com um rapaz, mas ele acabou me dando uma tampa. Eu, toda danada e fula da vida, fui para casa a chorar. Como não havia ninguém em casa, meti-me a mandar feitiços para o ar. A certa altura, ouvi um grito: era a minha mãe. Desci as escadas e achei o Boris azul. Depois de meia hora a conversar (e da minha mãe me ter posto de castigo três vezes), fui para o meu quarto. O Boris apareceu mais tarde, a dizer palavras bonitas e que era um traste. Adoptei logo a alcunha. Ficámos muito amigos desde então (mais aproximadamente depois de eu ter revertido o feitiço).
   Tiro umas caixas do porta-bagagens e sigo-o por entre o mato. 
   A minha mãe disse que a cidade onde ficava a escola era muito popular entre humanos. Pois, se os humanos gostam de ir a uma cidade no meio do NADA!
   -Boris, quer dizer, segundo pai? – Emendo. Ele ri-se de um jeito que faz sobressair a careca que aí vem.
   -Sim? Já acordou, bela adormecida?
   -Sem comentários. Estamos a chegar? É que com saltos é difícil. E além disso, isto aqui é húmido. – Acaricio o meu cabelo recém-esticado. Ele é encaracolado, mas eu gosto de estica-lo. Ele é horrível! Para além de encaracolar desde as raízes até às pontas, neste estado dá-me pelos ombros! O pior, é que tenho franja. A minha sorte é que já é grande, logo dá para por para o lado. E sou ruiva! Além disso, eu sou alta. Não é para me gabar: 1,70m de altura.
   -Quase. – O caminho dobrou numa curva – Aqui estamos! A tua nova casa!
   Sustenho a respiração. Isto não é uma cidade! É uma aldeia!
   A minha suposta casa, ergue-se à minha frente com umas cinco lojas e um banco, e de resto, apenas uma série de prédios em roda do que parece ser uma fonte branca. Olho agora mais atenta e descubro um prédio mais baixo que os outros, mas mais largo e com muitas janelas.
   -O que é aquele prédio enorme azul?
   -A escola.
   -O quê? – Expludo – Azul? Não combina nada com o meu astral!
   -Querida, não seja tão pessimista! – O meu pai diz passando por mim de mão dada com o Gary.
   -Não sou pessimista. – Bufo – Eu adoro-te, papai. – Digo pela quinta vez hoje.
   Ele sorri e Gary dá-me uma echarpe rosa. 
   Sigo Boris até um prédio com a minha mãe na frente.
   -Então, é esse o prédio?
   -É sim. – Responde a minha mãe.
    Subimos as escadas da minha nova casa. A certa altura, paramos em frente a uma porta dourada com o número 74C escrito. A minha mãe mostra-me as chaves e abre a porta. Do outro lado, uma rapariga com cabelos castanhos pelos ombros de pijama espera-nos.
[Capitulo 2]Eu olho para minha mãe e para a menina á minha frente. A minha mãe está de boca aberta, não querendo dizer nada; e a menina… bem, ela apenas olha para mim confusa com um chupa – chupa na boca.
   -Ah, mãe? – pergunto por fim – Quem é esta aqui?
   A minha mãe encolhe os ombros.
   -Esta aqui – Diz a rapariga – Tem nome. Olá, eu sou a Carolli e você é…
   Estendo a mão e aperto a dela.
   -Raquel. Minha mãe, padrasto, pai e marido do pai. – Apresento. Ela abre bastante os olhos e aperta a mão de cada um.
   -Muito prazer. Eu ouvi falar muito de ti.
   -A sério? – Pergunto a pensar que ela está a gozar
   - Claro. Afinal, és a minha companheira de quarto.
   Eu deixo cair o queixo. Ninguém me tinha falado de uma companheira de quarto! Olho para a minha mãe furiosa. A minha mãe, como se tivesse adivinhado os meus pensamentos despacha-nos logo.
   -Ok, Raquel, eu e o teu pai, o teu padrasto e o marido do teu pai temos de ir embora. O teu meio-irmão Alexy ficou preso no trânsito. – Eu já falei que tenho um meio – irmão? É, é filho do meu padrasto.
   -O Alexy não tem carta.
   A minha mãe olha para o relógio imaginário.
   -Oh, olha para as horas! Vamos, vamos! – Atira as minhas malas para dentro do quarto – Foi um prazer conhecer-te, Carolli.
   -O sentimento é…
   Nesse momento Carolli arrota tão alto que os óculos do traste do meu padrinho caem.
   A minha mãe diz adeus e fecha a porta atrás dela.
   No silêncio constrangedor que se segue, eu e Carolli olha-mos uma para a outra. De repente, estamos a rir, a rebolar a rir, e a chorar de tanto rir em cima de uma cama.
   -Eu já gosto de ti… - Digo quando paramos de rir. 
   -É. Eu também gosto de ti.
   Sentamo-nos na cama e olho para o quarto atulhado de caixas. Na parede oposta à da porta está uma grande janela que dá para uma varanda, do lado direito a que deve de ser a minha cama com umas estantes em cima e uma mesinha de cabeceira ao lado; do lado esquerdo outra cama com uma colcha verde, as mesmas prateleiras com fotos e livros, a mesinha de cabeceira e de cada lado da porta, um guarda fato.
   -Gostas do quarto? Tiveste sorte em ter este quarto, é um dos melhores.
   -Como assim tive sorte? Então e tu?
   -Ah, eu já cá estou desde o ano passado. Já estou no segundo ano.
   -Segundo ano? Que idade tens?!
   -Tenho quinze, tonta. Os anos na Sweet Amoris são diferentes. Vou-te explicar – Ela vira-se para mim, põe as pernas à chinês e agarra-me nas mãos – Na Sweet Amoris, o famoso colégio de magia, temos as turmas júnior – dos seis anos até á puberdade (que é quando a maioria de nós entra na posse dos poderes) - e as turmas sénior – desde a puberdade até aos dezoito anos. Dentro dessas temos as turmas da noite e dia. E depois, temos os anos. Quando é que entraste na posse dos poderes?
   Penso um bocado e depois respondo:
   -Aos doze.
   Um raio de sol parece entrar no quarto.
   -À que bom! Então deves estar no segundo comigo! Estás?
   -Eu… eu não sei.
   Ela parece desapontada. Depois o rosto abre-se num sorriso.
   -Tens aí a tua mala? 
   Faço que sim com a cabeça e aponto para a minha mala Louis Vuitton branca (é imitação, claro). Tento levantar-me mas Carolli é mais rápida. Ela levanta-se numa rajada de vento e volta num segundo com a minha mala. Ela encolhe os ombros.
   -Vampira. Depois explico. – Ela estende-me a mala que eu abro. Lá dentro, acho um caderno azul com o nome da escola na capa. – Eu sabia! Eles dão sempre um caderno a todos os alunos. Vá, abre. - Encoraja.  
   Abro o caderno que tem várias folhas soltas lá dentro. Inscrição, Introdução, Horário…
   -Achei! Deixa-me ver… - começo a ler. Tem várias aulas esquisitas: história da magia, geografia do mundo mágico… avanço até ao fim da folha – Está aqui… Raquel, blá, blá, blá, turma do dia sénior, primeiro ano. PRIMEIRO ANO? Como assim primeiro ano?
   -Calma Raquel! Pode ser engano.
   Faço um esgar de dor ao ler o que vem a seguir.
   -“Apesar de ter idade para estar no segundo ano, não tem as competências ou a mentalidade necessárias. Devido a isso, está inscrita no primeiro ano”.
   Carolli começa a rir. Mas a rir mesmo.
   -Não tem graça.
   -Tem pois. Então, foste posta na escola de castigo, certo?
   Eu aceno zangada.
   Carolli segura o riso e levanta-se. Num esforço de ficar bem comigo outra vez, ela diz:
   -Bem, vamos arrumar o resto das coisas, vamos? A escola começa cedo amanhã. Seis da manhã, tem de acordar.
   -Seis da manhã? Esta escola é doida!
   -Há! Há! Bem-vinda a Sweet Amoris!
   Só então reparo no nome da escola. 
   -Disseste, Sweet Amoris?
   -Sim, por quê?
   -Eu chamo-me Amoris
[Capitulo 3]Carolli mexe no cabelo nervosa.
   -É um nome bastante comum, Amoris.
   -Desculpa-me contrariar-te, mas não é não.
   Ela abre uma caixa, tira montes de vestidos e põe-nos á pressa no guarda fato. Levanto-me e começo a fazer o mesmo.
   -Talvez seja coincidência. 
   -Talvez. – Digo apesar de não achar. Uma escola de magia e uma bruxa com o mesmo nome: quais as probabilidades? Além disso, a maneira como ela respondeu á minha pergunta foi muito suspeita.
   É quase noite quando acabamos de arrumar tudo (mais eu do que ela, que ficou a ler mangás). O meu estomago ronca.
   -Há! Acho que alguém tem fome! Segue-me – disse. Fez-me sinal para me aproximar da sua cama. Tocou na parede á sua frente e alguma coisa começou a brilhar na sua camisola. Instantes depois, uma porta aparece.
   -Uau…
   -É fixe, não é? Do teu lado do quarto está uma casa – de – banho. 
   -E como é que faço a porta abrir-se?
   -É só tocá-la. A porta vai reconhecer-te e aparecer.
   -Como? – Pergunto fascinada
   -Por magia… - Ela abre a porta e entra no que parece ser uma pequena cozinha. Tem um mini frigorífico, microondas, lava louças, uma bancada enorme, muitas prateleiras e uma mesa de mármore.
   Carolli dirige-se ao mini frigorífico, tira uma caixa de ovos e meia hora depois estamos as duas a comer ovos estrelados.
   -Carolli é com “i” ou com “y”?
   -Eu já vi escreverem das duas maneiras… - diz pondo uma garfada cheia de ovo e alface – mas trata-me por Caroll, é menos… formal. 
   -Ok, Caroll. – Depois, caio na curiosidade – O que era aquilo brilhando há bocado?
   -Oh… - diz embaraçada – foi uma prenda. É um colar com o símbolo Delta. Foi a Jolie que ofereceu. 
   -A tua mãe?
   Ela nega com a cabeça.
   -Não, a minha guardiã. É minha tia – responde quando eu me mostro confusa – A minha família desapareceu quando eu tinha nove anos. Nunca soube o que lhes aconteceu.
   -Oh, desculpa! Eu não queria…
   Ela abana a cabeça outra vez.
   -Já foi á muito tempo.
   Para aquele clima de amigas voltar, pergunto baralhada:
   -Espera, tu não és vampira? Como é que consegues comer comida humana?
   -Ah, por favor! Acreditas em tudo o que os humanos dizem? Vá lá, pensava que eras melhor. E só para esclarecer, eu vejo-me ao espelho, a luz do sol incomoda mas eu não morro, e sim, eu durmo e bebo sangue. – Aponta para o copo de água – tablete de nutrientes. Todos os vampiros aqui na escola estão proibidos de beber sangue humano ou de outra criatura qualquer. Não que eu bebesse. Já acabaste?
   Digo que sim com a cabeça. Lavamos a loiça, deitamos as caixas de cartão no corredor e preparamo-nos para dormir. Depois de vestir o pijama deito-me na cama e fico acordada até Caroll se deitar. Lá por volta das três da manhã, oiço-a chorar.

   -Acorda, bela adormecida! – Chama uma voz distante. Uma mão tira-me os cobertores de cima e uma boca começa a assobiar.
   -Cala-te, Boris! – Digo chateada.
   -Quem é esse? – Pergunta uma voz feminina. Carolli.
   Sento-me na cama. Caroll sorri para mim e mostra-me um vestido azul.
   -Pensei que iria ficar bem em ti, Raquel.
   Olho para o vestido. De alças e mais ou menos pelos joelhos. Nunca apreciei muito vestidos, mas este é lindo demais para ficar no armário.
   -É tão lindo!
   -Então vai tomar banho rápido e eu ajudo-te a arranjares-te.
   Levanto-me e tomo um banho rápido. Foi como a Caroll disse: é só encostar a mão na porta e ela faz o resto. Lavo os dentes, penteio-me e decido-me por levar uma fita azul no cabelo. Saio da casa de banho e deixo que a Caroll me aboneque toda. O vestido é mesmo o meu número, mas para ficar perfeito, ato a echarpe à cintura e calço umas sandálias.
   -Estás linda. Então e eu?
   Eu sei que tenho peitos e que sou alta, mas a Caroll tem 100% mais peito que eu: e deve ser pelo menos cinco centímetros mais baixa. 
   Caroll arrasa num vestido parecido, só que vermelho com fios dourados bordados. 
   -Ok, vou dar-te a conhecer os conceitos básicos da escola: temos uma cafetaria onde a maioria dos alunos come. Eu pessoalmente prefiro cozinhar, mas comer e ver rapazes giros é muito mais interessante. Temos várias salas de aula, e um pátio. Mas mais importante, a escola também tem várias passagens secretas. Vamos?

   Saímos para a rua no preciso momento que o sol passa por cima de uma árvore enorme. Atravessamos o largo, passamos pela enorme estátua de um homem com uma espada, e finalmente chegamos ao pé da escola onde vários alunos conversam e bocejam.
   -Olha as gémeas Olsen! – Diz uma voz alegre atrás de nós.
   Viro-me ao mesmo tempo que Caroll e vejo um rapaz com cabelos vermelhos e roupa muito escura encostado ao pilar que segura a escola.
   -Oi, Castiel. – Diz Caroll timidamente.
   -Oi. Quem é a novata?
   -Raquel. Muito prazer. – Digo esticando a mão.
   -O prazer é todo meu. – Até lhe sinto a ironia na voz. Adopto outra táctica.
   -Sabe, eu já tinha visto rapazes burros e pensei: este é o estado baixo da idiotia. Mas afinal enganei-me – Digo olhando o rapaz de alto a baixo. Caroll tenta segurar o riso, mas não consegue e deixa escapar risinhos histéricos.
   Ele faz uma expressão afectada.
   -O que foi que eu disse?
   -As gémeas Olsen são loiras. Eu e Caroll NÃO somos loiras, entendido? 
   -‘Tá. Tudo numa boa. – Diz indo se embora. Ninguém se mete comigo – brincadeira ou não, já fui muito magoada. – Ah, e ruiva… gostei dos sapatos.
   Entro na escola com Caroll muito calada atrás. Os corredores são enormes e têm muitas portas. Estou perdida.
   -Caroll, onde é a cafetaria? – Olho para ela com cara triste – O que foi?
   -Ele elogiou-te.
   -Quem?
   -Castiel.
   -O mocinho de cabelo vermelho? Quando?
   -Quando disse que gostava dos sapatos. Ele nunca o disse para mim, antes.
   Olho para ela divertida.
   -A sério? Bem, se elogiou os meus sapatos também deve gostar dos teus, porque são iguais.
   Ela ri mais convencida.
   -Espera aí! Tu gostas dele!
   -Não gosto nada!
   -Gostas pois!
   -E se gostar?
   -Se gostares nunca mais falo com ele na vida.
   Ela pensa nisso durante uns minutos.
   -Nã, sem competição conquistar um rapaz é chato. Podes até namoriscar com ele, a ver quem é a primeira a conseguir um beijo.
   -Ok, a primeira a conseguir ganha… - meto a mão na mala e tiro um bocado de cotão.
   -Cotão? Acho que não.
   -Espera…
   Fecho a mão à volta do cotão e começo a dirigir a minha energia para o cotão. Primeiro, sinto um arrepio na espinha, depois uma corrente eléctrica corpo abaixo até ao meu braço, e depois até ao cotão. Abro a mão e fico confusa: um amendoim? Era suposto ser um alfinete. E depois percebo… o alfinete está dentro do amendoim.
   -Pronto. A primeira a conseguir um beijo ganha o amendoim.
   -Ah! Apostado.


Esse Castiel tem problemas...
[Capitulo 4]Finalmente entramos na cafetaria. A sala é enorme, com azulejos brancos e pretos, muitas mesas e principalmente, alunos com tabuleiros nas mãos.
   -Vem, vou-te apresentar as minhas amigas.
   Caroll guia-me entre os rapazes e as raparigas e levam-me até a uma mesa com duas raparigas. 
   -Bom dia meninas. Constipada e Thata esta é a Raquel. Raquel, esta é a Thata – diz apontando para uma rapariga com cabelos cinzentos e olhos rosa.
   -Muito prazer, Raquel.
   -E a constipada é a Havena.
   Uma rapariga de longos cabelos pretos e olhos azuis assoa-se antes de se apresentar.
   -Muito prazer. E Caroll, não gostei dessa tua apresentação. Eu não tenho culpa de estar doente. 
   Caroll encolhe os ombros.
   -Não interessa. Estás assim desde ontem de manhã. E ainda não te livras-te dessa echarpe horrorosa? 
   -Não posso… a Sr.ª Diretora disse que estava comigo quando me encontraram. É uma recordação.
   -Aaaa… pode ser alergia! – Digo.
   -Mas é claro! Alguém tem um lenço? – Pergunta Havena
   Eu e Thata damos-lhe um lenço ao mesmo tempo.
   -Obrigada meninas… mas o que faço eu com dois lenços?
   Uma rapariga de cabelos loiros e olhos azuis passa na mesa e diz disfarçadamente:
   -Podes usá-lo para te assoares depois de espirrar.
   -Depois de eu… ATCHIM! – Fez Havena
   -Santinho. – Dissemos todas. A rapariga mistério foi até a uma mesa distante e sentou-se.
   -Quem era aquela? – Pergunto
   -Ela chama-se Mel – Diz Caroll – É meio que muito misteriosa. Nunca a tinha ouvido falar até agora.
   -Está no segundo ano – continua Havena – mas como é um génio, anda sempre em turmas diferentes a “estudar”, como diz a diretora. Ela é mesmo inteligente. E aprende rápido.
   -Eu ouvi dizer que ela derrotou um finalista do terceiro ano com um feitiço nível 398. Muitos até dizem que ela é do mal. Sabes, que o ajuda…
   Olho para Mel, a comer sozinha. Tão… indefesa.
   -Bem, vamos comer? – Caroll cutuca-me e leva-me até a uma mesa do lado esquerdo da sala. Uma senhora de bata diz bom dia e pergunta se nos pode servir.
   Caroll pede um copo de leite e três panquecas. Eu fico-me pelos cereais.
   Quando chegamos á mesa está lá um rapaz de cabelos cinzentos e olhos verdes e dourados.
   -Bom dia, Lysandre. – Diz Caroll
   Ele diz um distraído “olá” para Caroll e continua a falar com Havena. Thata olha com má cara para nós.
   -Ele é bastante mal educado. – Digo
   -Não, nem por isso – Desculpa-o Caroll – enquanto fala com a Havena está desligado do mundo exterior. Vê, até se notam os corações à volta dos dois…
   -Eles namoram?
   -Isso queria ela – diz Thata brincando com uma maça – ele e ela são só amigos, mas quando estão juntos é só love, love.
   -E a Thata está com ciúmes…  - Diz Caroll tirando-lhe a língua
   Lysandre vai-se embora e Havena senta-se muito contente.
   -Então, o que queria ele desta vez? – Caroll põe comprimidos no copo de leite. Ponho duas colheres de cereais na boca e espero a resposta.
   -Oh, ele queria que eu lhe explica-se porque é que o irmão Leigh anda tão estranho. Parece que ele perdeu o dom para a música.
   -Oh, que pena! – Diz Caroll irónica.
   -Quem é o Leigh?
   -Quem é o… ah, pois. Tu és nova na escola. – Thata aponta um rapaz de cabelo preto e olhos castanhos. – Não é LINDO? Que pena ter namorada…
   -Pensava que gostavas do Lysandre! – Digo.
   Thata cora e olha para Caroll a fazer-se de ofendida.
   -Olha, ser tua companheira de quarto dá resultado. As tuas más influência já estão a torna-la parva como tu.   
   Rasgo um bocado do meu guardanapo e atiro-lhe a cima. Havena ri e começamos uma luta com pão e bocados de papel. Eu sei: é infantil mesmo, mas é bom fazer destas coisas com as amigas.
   TRIM! 
   -Olha a campainha! Vamos! – As meninas levantam-se e levam os tabuleiros até ao caixote do lixo.
   -O que se passa?
   -O que foi, pensavas que ias ficar o dia todo a comer e a atirar-me com coisas acima? Temos aulas, oh cabecinha no ar. – Diz Thata
   -Aulas? Às sete e meia da manhã?
   -Não a confundas, Thata. É apenas o primeiro tempo, Raquel. É meio que uma apresentação, falamos sobre as férias e conversamos com os colegas. Se te calhar o professor Faraize estás com sorte! Dizem que ele canta muito bem karaoke! 
   -Ehehe, possivelmente vão as duas aturá-lo.
   -Como assim? – Pergunta Thata
   -Bem, esta burrinha aqui tem quinze anos e está na mesma turma que tu.
   -Caroll! 
   -Há! Há! – As meninas riem-se.
   Saímos da cafetaria e vamos até aos corredores. As meninas despedem-se e aconselham-me a encontrar a diretora. 
   Ao fim de andar um bocado, acho uma senhora de cabelos brancos, óculos e fato cor-de-rosa.
   -Bom dia, sabe onde está a diretora?
   -Á sua frente.
   -Oh, é a senhora. Sou nova na escola.
   -Ah, deves ser a Raquel. 
   -Certo.
   -Bem, eu agora estou um bocado ocupada. Podes ir falar com o representante de turma, na sala de representantes de turma?
   -Mas é claro!
  Afasto-me um bocado e começo a ler a placa das portas.
   -Mas é claro que sim, eu procuro o representante de turma e a diretora fica olhando o jardineiro… 
   Ao fim de um bocado, acho a porta, bato e entro.
   -Bom dia, viu o representante de turma?
   Um rapaz de cabelos loiros e olhos azuis (?//!) olha por cima do monte de papéis em que estava mexendo e diz:
   -Está a falar com ele.
   -Ah – Boa. Nessa escola todo o mundo está sincronizado – Eu sou nova, e a diretora mandou-me falar contigo.
   -Ah, és a novata.
   Sim, a novata. No meu primeiro dia e já tenho uma alcunha! Yuppie! 
   Ele mexe nos papéis e eu olho a sala. É grande, tem uma mesa, janela e uma daquelas coisas com água. Nunca sei como se chama.
   -Bem, parece que falta uma taxa, uma foto e uma folha. 
   -Tanta coisa…
   -Disseste alguma coisa?
   -Não. Mesmo nada… tens a certeza? Quer dizer, a minha mãe arrumou isso tudo para mim e… sabes que mais? É melhor confirmar, mesmo. 
   Vejo na mala se tenho uma foto minha e dinheiro suficiente. Encontro trinta dólares e uma foto de quando ainda usava aparelho. Ah, deve servir.
   -Toma. O dinheiro, é suficiente?
   -Claro. – Ele olha para a minha foto e sorri
   -Que foi? Não estou gira aí?
   -Nada disso… - diz corado. – Bem, eu vou procurar a folha, por isso podes ir dar uma volta.
   Volto-me para ir embora e ele agarra-me no braço.
   -Aaaa… se precisares de alguma coisa, procura o Nathaniel. E… - ele mexe na carteira e tira uma foto – Toma.
   -Obrigada…
   Saio da sala a pensar “que convencido, deu-me uma foto!”, mas quando olho para a foto, vejo que é de um rapaz com aparelho. O representante de turma mais parvo da história.

   Saio da escola e sento-me num banco. Canso-me pouco tempo depois e decido ir comprar roupas, só que acabo por me perder (eu sei, numa aldeia do tamanho de um campo de futebol). Vejo uma garagem e resolvo pedir ajuda.
   -Aaaa… desculpe, mas pode-me dizer onde fica uma loja? De roupas?
   Debaixo de uma moto preta e vermelha sai um rapaz de cabelos vermelhos. Sim, os das gémeas Olsen.
   -Olha, olha, olha… - Começa. Dou meia volta e preparo-me para voltar para a escola, mas ele agarra-me no braço e impede-me. – Não vá já embora. – Pede. 
   Volto-me para trás. 
   É, eu sei. Toda fula com ele, e faço o que ele me pede. Mas tenham dó, ele tem uns olhos tão lindos! (Sem comentários).
   Ele sorri e reparo que tem uns loucos olhos verdes muito escuros (como os meus, menos a parte de serem escuros!).
   -Então, perdida?
   -É – Digo num fio de voz. Porque é que as pernas estão a tremer?
   -Talvez eu te possa ajudar. – Pronto, ok. Talvez ele não seja assim tão mau.
   -A sério?
   -Claro. És virgem?
   Pronto. O meu mundo de fantasia desmorona-se á minha volta.
   -Eu sou o quê? – Digo vermelha
   -Virgem. V-I-R-G-E-M.
   Faíscas saem dos meus dedos de tão irritada que estou.
   -Seu tarado! Pervertido! Eu transformo-te num sapo! Deixa que eu te apanho!
   Ele levanta as mãos no ar.
   -Calma! 
   -Calma? Que raio de perguntas são essas? A minha virgindade interessa-te para quê?
   Ele olha para mim com a cara numa careta. Antes de eu lhe atirar com qualquer coisa á cabeça, a sua expressão suaviza e diz com o tom de voz mais calmo de sempre.
   -Eu perguntei-te se eras virgem…
   -Eu sei, eu ouvi.
   -… no sentido de signo.
   -Sim e tu… o quê?
   -No sentido de signo! Sabes, nasces em Dezembro és Sagitário, em Novembro…
   -Eu percebi. – Olho para ele envergonhada. – Acho que te devo um pedido de desculpas…
   - Porquê? – Um sorriso aparece nos seus lábios – Sua pervertida!
   -Nã… não sou nada! Eu… - Gaguejo. – Mas porque achas-te que eu era virgem?
   -Porque os de signo virgem estão sempre a perder coisas.
   -Ah… - Faz sentido. – Mas espera aí, a única coisa que perdi foi a direcção!
   -Isso e a dignidade quando me perguntas-te a direcção. 
   Fico muito vermelha. Então aquilo foi tudo um plano? Para me envergonhar? Ai, ai, ai… alguém vai pagar. Oh se vai!
[Capitulo 5]-Eu posso entrar? – Pergunto batendo á porta da sala de representantes de turma
   - Claro. – Diz o rapaz com o cabelo loiro, que eu suponho que seja o Nathaniel.
   Atirando papéis para o lado, ele olha para mim com cara de mau. Isso, ou precisa de ir á casa de banho.
   -O que é que se passa? – Pergunto assustada
   -Lamento, mas a tua inscrição na Sweet Amoris não vai poder ser realizada.
   -O quê? – Pergunto um nadinha contente.
   -Ah! Enganei-te! – Diz com um sorriso.
   -Há! Há! Não teve graça… dizer coisas boas e a seguir decepcionar uma pessoa… - Digo amuada.
   Ele sorri enquanto cora.
   -Desculpa. Não pareces muito feliz por vir para aqui.
   Encolho os ombros.
   -Não sei, não… é uma escola nova, nem sei se vou fazer amigos!
   -Se depender de mim… - Diz aproximando-se de mim. Recuo até que ele me encosta á porta - … vais ter montes de amigos.
   Ficamos uns minutos assim até que toca uma campainha. Agora já percebo a expressão “salva pela campainha”.
   A voz de uma mulher (que deve de ser da directora) ouve-se por todo o lado:
   -É favor os alunos se dirigirem ao ginásio para a introdução desse ano. Obrigada.
   Ele suspira e encosta a cabeça ao meu pescoço.
   -Bolas… agora que as coisas estavam a ficar interessantes. – Espero que ele me largue mas, em vez disso, ele cheira-me – Que cheiro bom… está a dar-me uma fome!
   O quê? Ele é vampiro ou quê? 
   -Apanhei-te! – Diz a rir. Afasta-se de mim e dobra-se enquanto ri, e ri, e ri… - Devias ter visto a cara! Quem é que não tem graça agora?
   Olho para ela furiosa. O que é que se passa com os rapazes daqui?
   -O que foi?
   Aponto o dedo indicador para ele, sinto um formigueiro na mão e transformo-o num sapo.
   
      -As senhoras primeiro. – Diz Nathaniel abrindo a porta do ginásio.
   Bufo para ele.
   -Desculpa, eu… webber… 
   Olho para ele tentando conter o riso. Apesar de termos conseguido reverter o feitiço, o Nathaniel ficou a coaxar.
   -Eu sei que me odeias, mas podias ao menos fingir o contrário? – Pergunta.
   -Devíamos era ter-te deixado como um sapo. – Respondo contrariada.
   Melody, uma rapariga de olhos azuis e longos cabelos castanhos, acena com a cabeça concordando. 
   -Pronto, eu calo-me… - Diz Nathaniel. Um sorriso aparece nos seus lábios – e não achas que transformar as pessoas em sapos é um bocadinho cliché? 
   -Um pouco.
   -Mas adorei a parte em que para reverter o feitiço, é preciso o beijo de uma princesa – Ele puxa Melody para um abraço que o afasta.
   -Não te habitues muito, lembras-te que acabámos, certo? – Nathaniel acenou que sim e Melody entrou no ginásio.
   -Porque é que acabaram? – Pergunto.
   Ele encolhe os ombros.
   -O amor passou a amizade. Vamos? 
   Digo que sim e entro no ginásio. A primeira coisa que vejo são umas luzes florescentes, depois o campo de basquete e futebol, e depois as bancadas cheias de gente.
   -Vamos nos sentar?
   Ele acena com a cabeça.
   -Não posso. Tenho de ir para ao pé da diretora. Mas posso levar-te até ao teu lugar.
   Procuro um lugar vago no meio da escola toda, e acho um ao pé das minhas amigas. Faço sinal a Nathaniel e vamos até lá.
   Caroll e Thata fazem-me sinais de aprovação e Havena acena.
   -Oi meninas.
   -Chiu. – Faz Thata. Sento-me e vejo Nathaniel ir até a uma mesa no meio do ginásio, onde está Melody, a diretora e professores.
   A diretora levanta-se e começa a discursar.
   -Bem vindos, alunos, a mais um maravilhoso ano que está prestes a começar! – A plateia está calada, focada nas suas palavras – Este ano, temos alguns alunos novos, por isso vamos ter de lhes explicar como acontece aqui na Sweet Amoris. – Ela pega num caderno e começa a ler – Turmas sénior: Kentin Night, Elaine Cosmopolita e Maria Amoris ao palco.
   Olho muito envergonhada para a diretora a conspirar contra ela. Olho para Caroll e aponto para mim. Ela ri-se um pouco, mas depois faz-me sinal para ir até lá.
   Desço as escadas devagar para não tropeçar, mesmo a tempo, porque uma loira manda a mala mesmo para os meus pés.
   -Ops. – Olho para ela de lado e continuo a descer.
   Vou até ao palco e ponho-me ao lado de dois alunos que já se tinham posto em posição. A da ponta, Elaine, é muito bonita, com longos cabelos laranjas e olhos azuis. O outro, é um rapaz de cabelos castanhos, com uns óculos tão graduados que nem se veem os olhos. Quando me aproximo, Elaine olha-me desconfiada e vira a cara quando vê que eu estou a olhar para ela. Tropeço e bato no cotovelo do rapaz. Os seus óculos caem ao chão e fico maravilhada com o que vejo. Sem os óculos, é um verdadeiro pão. Cabelos castanhos muito claro e olhos verdes muito lindos. Já para não falar dos incríveis músculos.
   -Uou. 
   -É por isso mesmo que eu não tiro os óculos.
   “Ai! Até a voz dele é doce!”
   “Controla-te, Raquel. Controla-te.”
   “Pronto, já estou melhor.”
   Volto a prestar atenção á diretora que já tinha apresentado os professores e os alunos das outras turmas, bem como o funcionamento das aulas…
   -Maria Amoris. 
   Isso e ainda curiosidades sobre os clubes escolares…
   -MARIA AMORIS!
   Apercebo-me que me chamam e respondo o mais rápido possível.
   -O que foi? – As pessoas no ginásio riem-se – Quer dizer… diga, Sr.ª Diretora.
   A mulher sorri e ajeita o fato cor-de-rosa.
   -Estava só a cometar com a escola INTEIRA, como é bom que a menina tenha voltado ao planeta terra.
   Coro e baixo os olhos para o chão.
   -A menina ouviu alguma coisa que eu tenha dito?
   Aceno com a cabeça.
   -Completamente.
   -Então sabe o que é um guia, certo?
   -Claro. Guia turístico, guia de viagens…
   -E se for um guia para a guiar pela escola?
   -Também dá.
   A diretora bate as palmas e uma rapariga de cabelos brancos e olhos dourados como o ouro aparece á nossa frente.
   -Essa é Rosalya, a sua guia a partir de agora, Kentin.
   -Muito prazer. – Diz Rosalya com uma voz muito bonita.
   Kentin acena e aperta a mão de Rosalya.
   -Rosalya?
   -Sim? – Rosalya olha para a diretora interrogada.
   A diretora tira um colar muito bonito do bolso e entrega para Rosalya, que o entrega a mim.
   -Essa é sua guia, Raquel – Diz-me – Uma fada madrinha super divertida que, para além de te ajudar, vai-te dar brindes se mereceres. 
   Pego no colar e giro-o na mão. É uma pérola lilás, muito bonita, que parece ter dentro alguma coisa.
   -Então e eu? – Pergunta a Elaine.
   A diretora sorri.
   -A Raquel vai ser a tua guia.
   Abro muito os olhos.
   -Eu vou o quê?
   -E por agora é tudo. Dirijam-se até á enfermaria para os testes de saúde.
   As pessoas começam a sair do ginásio, e no meio da algazarra toda, fico só eu e Elaine na sala.
[ Capitulo 6]Elaine olha para mim com cara de má.
   -Vais-me levar até á enfermaria para o teste de saúde, ou não?
   -Eu não sei onde fica…
   -Então pergunta à tua fada madrinha!
   Bufo de impaciência.
   -Eu não sei como…
   Elaine tira-me o colar da mão e começa a esfregar. O colar começa vibrar e do nada aparece uma rapariga com asas, cabelo roxo e um vestido azul muito bonito.
   -Olá! Eu sou a fada madrinha guia de Sweet Amoris! Deves ser a Raquel… - Diz apertando-me a mão -… e tu a Elaine. Em que posso ajudá-las?
   -Teste de saúde. Leva-nos. Agora.
   A fada madrinha… etc., fica muito vermelha, pronta a nos dizer umas verdades, mas depois cala-se e faz sinal para que a siga-mos.
   Entramos na escola outra vez, vamos até a um corredor secundário e a fada abre a porta. Eu e Elaine olhamos lá para dentro e deparamo-nos com uma carrada de rapazes seminus.
   -Ops – Diz a fada corada – porta errada. – Fecha a porta e abre a do outro lado do corredor, onde várias raparigas estão-se a despir – Bem, se o meu trabalho aqui está feito, eu volto mais logo.
   A fada volta para dentro do colar, que Elaine me põe ao pescoço antes de entrar na sala. Eu entro também e vou para ao pé das minhas amigas.
   A enfermaria é um lugar enorme, com azulejos azuis, muitas macas encostadas á parede e cadeiras. As raparigas estão todas amontoadas de volta de uma mulher de cabelos brancos e bata a escrever num caderno, e de uma rapariga loira em roupa interior.
   -O que é que se passa aqui? – Pergunto para Havena
   -No teste de saúde vemos em que estado está a nossa magia. – Responde
   -Podes despir-te – Diz Thata. 
   Tiro o vestido e os sapatos e fico apenas em soutien e cuecas cor-de-rosa. 
   A mulher de cabelos brancos chama em voz alta: 
   -Tamy Hale Syrus.
   Uma rapariga de cabelos brancos muito curtos e olhos vermelhos vai até ela. Primeiro conversam baixinho, depois a enfermeira diz num jeito enigmático:
   -Mostre-nos a diretora.
   Tamy acena e mantem-se muito quieta. De repente, o corpo começa a contorcer-se, bolhas enormes aparecem na sua cara e então, apesar de já ser muito baixa, fica ainda mais baixa, o corpo aumenta de volume e aparece a diretora.
   -Muito bem! – Diz a enfermeira – Agora, diz qualquer coisa.
   Tamy (lê-se a “diretora”), pensa um bocado e depois diz:
   -“ Estava só a cometar com a escola INTEIRA, como é bom que a menina tenha voltado ao planeta terra”. – As raparigas à minha volta começam a rir e a olhar para mim, não só porque ela está a gozar comigo, mas também porque a sua voz é igual à da verdadeira diretora.
   -Muito bom. Podes sair. 
   Tamy volta à forma original, e antes de vir para ao pé de nós pega numa folha que a enfermeira lhe dá. Passa ao meu lado e vejo que os seus olhos estão azuis. Não eram vermelhos? Ah, não interessa.
   -Havena Prince. – Chama de novo a enfermeira.
   Havena aperta-me a mão e vai para ao pé da enfermeira.
   -Oh, o que será que ela vai fazer este ano? – Sussurra Thata para Caroll. Esta encolhe os ombros e olha para mim.
   -A Havena é um elfo, já te tínhamos contado?
   Penso um pouco e não me lembro de nada.
   -Hum, não. O que fazem os elfos?
   -Oh, já vais ver. – Diz Caroll de um jeito que me deixa curiosa.
   Foco a minha atenção na Havena que coloca quatro frasquinhos no chão.
   Primeiro, ela coloca-se no meio dos frascos, depois começa a mexer as mãos, como se ela fosse uma planta bebé no meio de uma ventania enorme. Então, uma corrente de ar remexe e mexe com os nossos cabelos, mesmo não estando uma janela aberta. O ar sossega. Havena abre os braços no ar e começa a suar. Até eu começo o suar. O ar fica mais quente, e vejo uma leve cor laranja na pele de todos nós. Depois, um dos frasquinhos pega fogo. Fico alarmada e cheia de medo, mas depois Havena baixa os braços e o fogo desaparece. 
   -O que… - Pergunto para as minhas novas amigas.
   -A Havena, - Explica Caroll – é um elfo, como já dissemos. Sabes onde há elfos?
   Nego com a cabeça e vejo Havena dançar num círculo, com uma corrente feita de água a segui-la. 
   -E fadas? – Digo que sim.
   -Sim, no bosque.
   Thata observa Havena fazer desaparecer a corrente de água com um suspiro antes de dizer:
   -Fadas e Elfos estão encarregados de proteger a Mãe Natureza, logo… - Ela deixa a frase a meio para eu a completar. Depois de pensar, digo:
   -… logo, é normal que eles comandem os cinco elementos.
   Caroll abana a cabeça no preciso momento que Havena faz o mesmo. Olho para ela pelo canto da vista a fazer uma árvore nascer de dentro de um frasquinho.
   -Cinco não, apenas quatro. A própria Mãe Natureza é o quinto elemento. 
   -E os elfos e fadas fazem parte da mãe natureza. – Completa Thata.
   -Logo elfos e fadas SÃO o quinto elemento. – Concluo.
   Caroll e Thata sorriem contentes. Havena chega com uma folha na mão.
   - Thata Pierce. – Chama a enfermeira.
   -Desejem-me boa sorte – sussurra antes de ir.
   Quando chega ao pé da enfermeira, faz uma careta de dor ao ouvir o que a primeira lhe diz.
   -Não te preocupes – Consola-a – Não vai acontecer nada de mal.
   -Se a senhora o diz…
   Insegura, Thata avança e fecha os olhos. Depois, começa a diminuir, e a diminuir, até que fica apenas com cinco centímetros de altura.
   -E agora? – Pergunta numa vozinha muito esganiçada
   A enfermeira levanta-se e aponta para si.
   Thata suspira e vai até ao seu encontro, até que lhe pega ao colo, elevando-a no ar.
   De volta ao chão, a enfermeira dá um papel à mini Thata, que volta ao normal.
   Quando chega ao pé de nós, suspira.
   -Todos os anos faço o mesmo.
   -Não é verdade… - Diz Havena – O ano passado ficaste enorme e explodiste com a enfermaria!
   Então essa é a razão de haverem duas enfermarias. Interessante.
   -Mas eu pensava que eras uma bruxa! – Digo confusa
   -E sou! – Assegura – Tu sabes que as bruxas são seres humanos que conseguem “brincar” com a matéria, sabes, as coisas que existem. Bem, o certo é que certas bruxas têm mais habilidade para certos feitiços. Apesar de conseguir fazer todo o tipo de magias, tenho mais habilidade a crescer e a encolher.
   -E quanto à questão da força?
   -Oh… - Diz corada – Isso foi um acidente que aconteceu quando eu era bebé.
   -Maria Amoris. – Chama a enfermeira. 
   Dirigi-mo até ela, mas no caminho uma rapariga com cabelo preto e madeixas pretas faz-me uma rasteira e eu caio.
   A enfermeira ajuda-me a levantar e olha para a rapariga zangada.
   -Que graça, Liliane.
   -O prazer é todo meu. – Diz, e por um momento, lembro-me do Castiel. (Porque é que corei ao pensar nele?)?
   Vou até ao meio da sala com a enfermeira.
   -Mostre-me os seus poderes, Raquel.
   -O que quer que eu faça?
   Ela pensa um pouco, e depois de consultar uma ficha, diz sorridente:
   -Ouvi dizer que tem jeito para as explosões. Que tal explodir qualquer coisa?
   Tento dizer-lhe que eu não explodo com as coisas por que quero, mas sim porque sou má na magia, mas ela já está a escrevinhar e a atenção da sala está toda virada para mim.
   Olho á minha volta até que avisto uma lâmpada fundida no tecto. Serve.
   Aponto a mão para ela, e concentro-me em fazer um simples feitiço de explosão, mas em vez de rachar, o vidro ficou duas vezes mais forte.
   -O que se passa?
   -Olha, que bruxa da treta.
   -Viste o que ela fez?
   As raparigas começaram a sussurrar, e eu a me irritar. Furiosa, elevo as duas mãos no ar, sem me focar em nenhum objecto preciso e faço o feitiço de explosão.
   É o caos.
   Todas as lâmpadas na sala rebentam, os óculos e as janelas, e as luzes vão-se abaixo.
   A enfermeira começa a escrever algo no caderno e dá-me uma folha a dizer:
    -Concentração: MUITO BOA
    -Poderes: MUITO BOM
    -Controlo: MAU
   Antes de sequer ligar ao facto de ter levado um mau no controlo, a diretora abre a porta furibunda, com os óculos rachados, o fato sujo de café, e com um olhar mortífero.
   -QUEM É QUE FEZ ISTO?
   Imediatamente, todos os dedos da sala estão apontados para mim.[/spoiler]
Esse capítulo tem um bocadinho de violência... vc foi avisado
[spoiler= Capitulo 7]-Ai, Caroll, fizeste um show ali dentro!
   Havena dança enquanto diz isto.
   -Obrigada, Havena. Acho que hoje bati o meu recorde: três voltas à escola em três segundos. E consegui levantar três carros no ar ao mesmo tempo. Agora quando a enfermeira me pediu para medir a energia negativa da sala… - Caroll olha para mim na dúvida.
   -Nem me fales, pensei que ias rebentar! Depois do feitiço que a Raquel fez, que, deixem dizer, era bastante poderoso, a sala deve ter ficado cheia de energia.
   -Ah, nem foi assim tão mau – Consola-me Thata – a diretora não te expulsou, nem nada disso. É apenas um castigo de três dias.
   -Sim, mas que vai fazer-te faltar ao baile… - Diz Havena muito triste, enquanto nos abre a porta do prédio.
   -Qual baile? – pergunto subitamente interessada
   Caroll bate-me na cabeça.
   -Au!
   -Alô! O baile de boas vindas!
   Thata olha para mim com ar de marota.
   -Se não estivesses a olhar para o Ken, tu terias ouvido tudo…
   Dou-lhe com força na cabeça, mas coro porque é verdade. 
   Subimos as escadas até ao meu quarto e da Caroll e ficamos até tarde a comer bolos e a beber chá.
   Quando as meninas se vão embora para os seus quartos (a Thata é companheira de quarto de uma rapariga chamada Erays, e Havena de uma menina chamada Peggy) eu e Caroll ainda conversamos um bocadinho sobre as coisas que “perdi”, enquanto olhava para o Ken.
   -Então, as turmas júnior do dia têm de usar roupa roxa e a da noite verde; as turmas sénio do dia roupa azul e a da noite vermelha. Depois de amanhã vai haver um baile de boas vindas, onde os rapazes convidam as raparigas. As turmas são formadas pelo mesmo tipo de criaturas, mas á aulas em que várias criaturas se juntam. E não podes lançar feitiços contra os outros alunos. Mais alguma coisa?
   -Não.
   -Então, cama!
   Me enfio debaixo das cobertas. Depressa adormeço, e começo a sonhar que estou num cemitério.
Espera aí, um cemitério? Que raio faço eu num cemitério?
   Olho em volta para ver se reconheço alguma coisa.
   Avisto um castelo e um bosque, ambos com um aspeto velho, mas no entanto cuidado.
   -Brrrr…. Que frio. – Lamento.
   Começo a andar em direcção ao castelo, observando o céu. O arqueiro, o cisne, o Leão…. Espera, são as mesmas constelações, mas estão em lugares diferentes! Algo não está bem…
   Bato á porta e vejo que está aberta. Entro cheia de medo. Parece um daqueles filmes de terror, em que toda a gente grita: Não entres! Não entres!, mas nós não podemos ouvir e entramos na mesma.
   Estou numa grande sala, cheia de pó e apenas com uma cadeira. Nem um único som.
   -Está aí alguém?
   A minha voz é repetida mil vezes, e quando para, fico com um mau pressentimento.
   Começo a recuar até á porta, mas alguém me agarra nos ombros e puxa-me para trás.
   -Ah! – A dor é horrível. Levo as mãos aos ombros e sinto um líquido quente empapar a minha camisa. Sangue. – Mas o que…
   -Raquel… - Olho para trás para o que me agarrou. 
   Não é humano, mas também não é um fantasma. É uma criatura feita de fumo, e que agora, com o meu sangue nas suas mãos, começa a queimar.
   “Mas como é que o fumo pode queimar?”
   “Alô, há um homem atrás de ti com o teu sangue nas mãos, e tu preocupas-te com o facto de o fumo não queimar?”
   “Tens razão.”
   Peço desculpas á minha consciência e começo a correr.
   Passo pelo cemitério sem parar e vou até ao bosque. Há um caminho e seria óbvio se eu fosse por ali, mas por outro lado, não me quero perder. Vou pelo caminho de terra batida e acabo ao pé de uma sepultura.
   -Mary Magdalaine. Nem uma única flor…
   Ok, eu sei que é falta de senso apanhar flores enquanto se é perseguida, mas aquela coisa pode ter ficado para trás!
   Começo a apanhar margaridas e rosas brancas, até que levo uma pancada na cabeça e fico a ver estrelas.
   Perco os sentidos durante uns segundos e quando volto a mim estou eitada numa poça de sangue, e a criatura está a lutar com alguém.
   Observo aquela pessoa tão bonita, que luta mas parece que dança.
   Mel. Não sei porque, mas sinto que é ela.
   A criatura lança-a para longe e volta a dar-me com algo na cabeça.
   Acordo sobressaltada e alagada em suor. Há alguém que grita ao longe, mas estou demasiado assustada para perceber quem é. Há uma luz muito forte que me impede de ver bem, mas aos poucos começo a aperceber-me das coisas.
   Caroll que grita e chora por mim. O fogo mesmo aos pés da minha cama. Uma sirene que pede aos alunos para saírem imediatamente da escola. O homem feito de fumo ao lado da porta. 
   -Caroll! – Grito.
   Caroll contorce-se na sua cama cheia de medo do fogo.
   -Dá-me a mão! – Peço-lhe.
   Ela abana a cabeça.
   -Não! Ele vai-me devorar…
   Ignoro o facto de um vampiro ter medo do fogo, salto para a sua cama e puxo-a até à varanda. Abro a porta e pergunto:
   -Tens vertigens?
   Mais calma, Caroll responde:
   -Não.
   -Ótimo, porque vamos saltar.
   Antes que ela possa dizer que não, mando-me da varanda abaixo, rezando para que saiba o feitiço de voo.
   Abraço-me com força a Caroll que grita e começo a murmurar palavras incompreensivas para um humano (a menos que saiba latim). Começo a sentir a energia a sair de dentro de mim e quando aterramos no chão estamos dentro de uma bolha de borracha. Furo-a e vejo se não me magoei.
   -Estás bem, Caroll? 
   -Sim.
   -Nada magoado?
   Ela nega com a cabeça. Olha para mim assustada e depois para Nathaniel que corre desesperado.
   -Estão as duas bem?
   Dizemos que sim.
   -Ótimo, porque vamos precisar da vossa ajuda.
   Olhamos as duas para a escola que arde e subitamente o medo desaparece.
   -O que podemos fazer para ajudar? – Pergunta Caroll
   -Tu podes vir comigo buscar água á praia, e tu Raquel, sabes fazer um feitiço de água?
   Fico muito nervosa…
   -Eu ainda não domino a arte de fazer aparecer objetos… - Nathaniel faz uma careta – Mas sei transformar pedras em balões de água!
   -Perfeito, vamos então Caroll.
   Começo a correr até à escola. Viro-me para trás e vejo Nathaniel levantar voo com Caroll às costas. Nathaniel tem asas?
   “Concentra-te Raquel.”
   “Sim, pois.”
   Ponho-me ao lado de várias raparigas que lançam água para a escola e começo a invocar o poder de transformação.
   -Pedras, virem balões!
   As pedras à minha volta incham e transforma-se em balões.
   -Balões de água! – Ordeno chateada.
   Os balões ficam mais pequenos e pesados, com o peso da água dentro. Começo a mandá-los para a escola, mas recuo e piso algo. 
   -Ai, peço imensas desculpas… - Digo enquanto me baixo para apanhar o que pisei – acabei de pisar o seu… braço?
   Olho para a pessoa ao meu lado e vejo que é verde, com a maior parte dos ossos á mostra e roupa rasgada.
   -Ah!
   -Calma! – Diz uma rapariga ao meu lado. Tem cabelos negros e uns loucos olhos pretos. – O meu nome é Pandora, e esse aí ao teu lado é um morto.
   Fico ainda mais apavorada.
   -E o que é que faz aqui um morto?
   -Está a apagar o fogo. – Ela estende-me a mão e eu aperto-a – Eu sou uma necromante. 
   -Fixe… - Digo meio assustada
   Ela olha para os balões á minha volta.
   -Importas-te? Eu e o Bone ficámos sem água.
   Aceno que sim com a cabeça.
   -Quem é o Bone?
   Um esqueleto aparece por detrás dela com um smoking vestido.
   -Chamou, menina Bovary?
   Ela aponta para o esqueleto e eu ignoro o facto de ele ser um mordomo.
   Continuamos a apagar o fogo durante muito tempo. Quando todas as chamas estão extintas, todas as bruxas, fadas e elfos se juntam para reconstruir a escola.
   -Todos para dentro! – Grita a diretora com o cabelo a deitar fumo.
   Uma rapariga abre as mãos e um jacto de água “apaga” o cabelo da diretora. 
   -Obrigada, Erays. 
   Começo a ir para cima, mas vejo algo que me detém.
   Vou até á parte de trás do prédio e vejo Mel sentada a ver a lua. Sento-me ao seu lado a observar também.
   Reparo que tem um corte na cara, e que a pele está a ficar arroxeada como se tivesse andado a lutar. Será que o meu sonho… Olho para os meus ombros e vejo que tenho a marca de unhas. 
   Tento mudar o assunto na minha cabeça e distrair-me.
  -Não vens para cima? – Pergunto.  
   Ela nega.
   -Vou ficar aqui a ver lua.
   -Porquê?
   Passam alguns minutos até que ela me responda.
   -Não te parece, que ás vezes, quando olhas para ela é como se soubesses as respostas ás tuas perguntas?
   Olho para a lua e vejo que de facto é verdade. É como se ela me dissesse que à algo ou alguém de quem eu devo lembrar-me, e várias perguntas começam a aparecer na minha mente.
   Como; porque é que aquela coisa me atacou?
   O que queria ela de mim?
   Foi ela que começou o fogo? E porquê?
   E pior, uma pergunta que me assombra e que não tem nada a ver com o que aconteceu. E que é: porque é que tenho a sensação que a minha mãe é humana?


Esse capítulo também tem um pouquinho de violência, vc foi avisada!
[Capitulo 8]-Vai, Raquel! Vais sair daí, ou tenho de te ir buscar? – Reclama Thata.
   Aperto as botas de salto. E olho-me ao espelho.
   -Eu não saio daqui.
   Oiço Thata murmurar uma praga qualquer e depois dá um pontapé na porta.
   -Porque não?
   -Pareço uma idiota. O azul faz-me mais gorda.
   Caroll, Havena e Thata começam a rir sem parar.
   Ignoro e olho-me ao espelho.
   Depois de acordar, as meninas tinham-me ajudado a tornar a minha roupa toda em roupa azul. Bem, a maioria.
   Havena tinha implorado para eu vestir um conjunto que ela tinha visto e amado, e pronto, nem é feio, mas acho que não me fica bem.
   Vesti uma camisola de manga comprida azul escura às riscas pretas com um colete branco por cima; uma saia branca, cujo tecido parece tule, umas meias calças pretas e umas botas com um salto exageradamente alto brancas, e tudo porque Havena me pediu.
   Caroll abre a porta da casa de banho sorridente.
   -Não se bate? – Digo chateada.
   -Não. – Ela olha-me de cima abaixo. – Gostei. Aprovado.
   -A sério? – Pergunto com as minhas dúvidas.
   Ela faz que sim com a cabeça e avança para mim com um gancho. Penteia-me o cabelo e põe-mo a prender a franja.
   Saio do meu “covil” e ignoro os comentários que Thata me manda.
   -Vamos embora? – Pergunta Thata.
   Aceno que sim e despeço-me de Havena e Caroll que ainda se vão arranjar, não podendo tomar o pequeno-almoço connosco.
   Desço as escadas com Thata sempre ao meu lado a resmungar sobre o vestido azul ser muito apertado. Passamos a estrada e continuamos a andar até que uma mota pára ao nosso lado. O condutor tira o capacete e vejo uma juba vermelha sair.
   -Bom dia, Castiel. – Diz Thata aborrecida.
   -Bom dia, Chata. 
   -É Thata, parvo. – Cometa.
   Castiel olha-me de cima a baixo e depois solta um rugido, como se aprovasse.
   -Queres boleia?
   -Não.
   -Sim.
   Apesar de adorar Thata, eu não quero mesmo nada receber boleia do Castiel.
   -E então, como ficamos? – Pergunta Castiel divertido
   Olho para Castiel pronta a dizer que não, mas sinto-me ser elevada no ar. Olho para Thata furiosa. Ela deposita-me no banco de trás e imediatamente vou contra o Castiel.
   -Thata, eu disse que…
   Mas o Castiel é mais rápido e já arrancou com a moto. 
   Aperto as minhas pernas ao seu redor (mas porque é que eu vesti uma saia?), e rodeio-o com os braços.
   Quando chegamos (a escola não é assim tão longe), apressei-me a sair da mota, mas Castiel sai primeiro e agarra-me na mão puxando-me.
   -Castiel! Onde é que me levas?
   -Já tomas-te o pequeno-almoço?
   -Não.
   -Ótimo, comes comigo.
   Ele leva-me até à cafetaria e até às mesas de bufê, onde se mete a tirar quantidades enormes de comida para nós dois (sem nunca me largar a mão). Depois arrasta-me até a uma mesa onde vários rapazes comem. Um de cabelos cinzentos e um olho verde e outro amarelo (acho que o nome é Lysandre, aquele do outro dia), um de cabelos loiros e um bronzeado muito grande, um rapaz negro muito bonito, e um de cabelos pretos, Leigh, eu acho. 
   -Raquel, estes são o Lysandre, o Dake, o Dajan e o Leigh. Malta, esta é a Raquel.
   Os rapazes levantam as mãos e cumprimentam-me. Sento-me ao lado do Castiel e começo a comer um bolo até que o Lysandre me interrompe.
   -Então, Raquel. A tua amiga, a Thata, está ocupada para o baile?
   -Não sei… porquê? OMG, tu queres convidar a Thata para o baile? Não posso…
   Lysandre sorri como se eu tivesse dito: “Sim, ela está disponível e desesperada”.
   Dake sorri e pergunta ao Lysandre feito malandro:
   -Então, Lysandre, vais… - olha para mim -… desflorar alguém?
   -Não sei. – Com um encolher de ombros, Lysandre reduz o meu apetite a zero.
   Empurro o tabuleiro para o lado e vou-me embora.
   Sigo até ao pavilhão onde vou ter a primeira aula. No balneário, visto uma t-shirt e umas calças de fato treino e sigo até á aula.
   Aproximo-me do monte de pessoas que estão sentadas no chão à volta de uma mulher de longos cabelos vermelhos, grandes olhos cor de cinza e com a pele em tom creme. Preciso de dizer que é muito bonita?
   -Bom dia, alunos. Esta vai ser a vossa primeira aula de Defesa e Ataque Mágico. Convosco, a vossa professora Jolie Scarlet; e para vos demonstrar a arte de Defesa e Ataque Mágico, a minha sobrinha Carolli Scarlet – VanLock.
   Caroll aparece com um vestidinho cor-de-rosa atrás de mim e vai ter com a professora, que descobri ser sua tia. Thata e Elaine veem ter comigo, as duas surpreendidas por Caroll ser da família de uma mulher tão bonita.
   -Bom dia, pessoal! – Diz Caroll – Hoje vou ensinar-vos um truque simples para se defenderem. Chama-se: Flamingo. Algum voluntário?
   A professora eleva a mão no ar e oiço o som do metal a arrastar-se. Uma espada de metal aparece ao lado de Elaine que, corada, avança até Caroll. 
   -Muito bem, Elaine. Agora, peço-te que vás até ao outro lado do ginásio, e me ataques com toda a tua força.
   -Não.
   Voltamo-nos todos para trás para ver um rapaz de cabelos verdes avançar até Elaine. Ele arranca-lhe a arma das mãos e enquanto vai até ao outro do ginásio, vai gritando:
   -Não posso permitir que uma menina tão bonita seja golpeada por uma vampira de mer…
   -Silêncio! – A voz da professora Jolie faz o meu coração parar. Com a cara vermelha e cheia de raiva, aponta para o rapaz – Não é permitida essa linguagem aqui dentro. Agora, ataca!
   Caroll baixa-se no chão a atar o sapato enquanto o rapaz avança para ela furioso. Com a arma elevada no ar e a menos de três metros de Caroll, o rapaz grita e no preciso momento em que a arma vai para tocar na Caroll, esta eleva a pé que bate no queixo do rapaz, que voa uns bons quinze metros.
   O cheiro de sangue enche a sala e Elaine corre para ao pé de mim verde, e esconde a cara nos meus cabelos. Faço-lhe uma festa enquanto a professora avança até ao rapaz e o levanta no ar.
   -Angel – Um rapaz de cabelos castanhos e olhos pretos levanta-se a avança até eles – leva o teu colega até à enfermaria.
   Depois de Angel sair e levar com ele o rapaz, a professora manda Caroll sair e ordena que faça-mos pares e que treine-mos o truque que aprendera-mos. 
   Faço par com Elaine, que com melhor cara, dá-me três pontapés na cara. Eu, que ao início não tencionava magoá-la, acabo por a golpear duas vezes.
   Observo então já mais para o fim da aula, os restantes pares. Vejo Thata que fez par com o rapaz do pequeno-almoço, Dajan, com um sorriso nos lábios (isso e um bilhete a sair-lhe do soutien).
   Depois de a aula acabar, vamos almoçar e segui-mos para História da Magia, onde fico a saber que o rapaz de cabelos verdes se chama Jade e que é como Leigh um “intruso”, um aluno que não é bem aluno mas que têm algumas aulas connosco. Passa-mos a aula toda do professora Faraize a tentar apanhar uma carrada de sapos que acabaram por fugir, e depois vou até ao ginásio, para o castigo.
   Quando chego vejo logo mais alunos de castigo. O rapaz da aula da professora Jolie, o Jade, Castiel (já se esperava, não é), a rapariga loira, a Ambre, acho eu; um rapaz de cabelos pretos voltado de costas para mim e outros alunos que dormitam pelas bancadas.
   -Boa tarde, senhorita Amoris. – Nathaniel (que eu ainda não tinha visto) avança para mim e beija-me a mão. Sorrio embaraçada e disfarço.
   -Então, o que era suposto fazer-mos aqui? – Castiel sorri.
   -Nada, ali o ricaço faz o trabalho todo. 
   Olho para onde Castiel aponta e vejo que é o rapaz de cabelos pretos. Ele movimenta as mãos no ar e pendura várias fitas no tecto.
   -O baile vai ser AQUI?
   -Bingo. – Castiel sorri feito malandro e eu ignoro.
   Aproximo-me do rapaz de cabelos pretos e começo a pendurar fitas com ele. Para além de ser uma bruxa, não é simpático deixar os outros fazerem o trabalho sujo por nós.
   -Obrigada. – Ele diz quando acabamos de colocar as fitas, pôr mesas no lugar, meter luzes de cores e encher balões.
   -De nada. – Olho para ele e de repente parece que o meu mundo vai desabar. CREDODEUSPAIDOCÉU, mas ele é igual ao… - Alexy?
   Ele olha para mim confuso, e de repente, parece que também o mundo dele vai desabar.   
   -Não… - Diz gaguejando – eu sou o Ar… Raphael. 
   -Raquel.
   Aperto-lhe a mão.
   -Desculpa a confusão, Raphael.
   -Numa boa.
   Depois de Nathaniel dizer que estamos dispensados (felizmente ele não tentou nada para cima de mim - Yupi), vou para casa mas Raphael me apanha no caminho.
   -Raquel!
   -Oh, oi Raphael. 
   -Posso te fazer uma pergunta?
   Aceno que sim.
   -Ontem pareceu-me ver uma criatura maligna sair do teu quarto.
   Paro de andar e olho para ele desconfiada.
   -O que é que queres dizer com isso?
   Ele encolhe os ombros.
   -Tu sabes, uma criatura feita de sombras… já viste alguma?
   Encolho os ombros.
   -Talvez.
   -E gostavas de saber o que é?
   Recomeço a andar desconfiada.
   -Qual é o preço a pagar?
   -Preço?
   Reviro os olhos.
   -Preço, tu sabes. O preço pela sabedoria. Droga, dinheiro, o meu corpo…
   -Uou! Uou! Uou! Que tipo de rapaz é qua achas que eu sou?
   Abro a porta do prédio.
   Depois de ponderar um bocado, faço-lhe sinal para entrar. Fecho a porta atrás de nós e cruzo os braços, á espera que ele desembuche. 
   -Isso é um quero saber? – Reviro os olhos. Bolas, ele é muito mais parecido com o Alexy do que pensa – Ok, espera um pouco.
   Ele põe a mochila no chão e começa á procura de alguma coisa. Quando as minhas unhas da mão direita começam a ficar pequenas demais para roer, ele retira um livro castanho com ar de se estar a desfazer.
   -O que é isso? – Pergunto quando ele me entrega o livro.
   -É um livro antigo que está na minha família à várias gerações. Sabes do que é que fala?
   Entrego-lhe o livro.
   -Não posso aceitar.
   Ele enruga a testa.
   -Não to estou a dar, nem nada disso… considera-o emprestado. Quando acabares de ler, depois dás-mo. – Ele acena e começa a andar para trás – Até amanhã! – Diz quando atravessa a parede, como se esta não fosse nada mais que uma cortina de fumo.
   Fumo…


Capitulos Adicionais...

[POV'S Mel]Dez anos… Fez ontem dez anos que o Daniel morreu… Passei a noite inteira À luz da Lua Cheia, a mais poderosa de todas. Queria lembrar-me de coisas do passado, mas não do passado triste, daquele feliz, em que o Daniel corria atrás de mim pelos campos a rir, em que eu tinha amigos, pais, em que eu era a Mel, a verdadeira. Não esta sombra, este fantasma acorrentado ao passado… Estranhamente também vi o futuro. Era um pouco mais raro isso acontecer. Havia uma rapariga, uma novata, mas ela era especial… Será que… Não, não podia… Será que ela estava destinada a isso?... Como sempre, depois de ter visões, desmaiei, com muitas dores de cabeça. A vidência é algo que exige muito de uma pessoa, o meu corpo não aguente. Por enquanto… Os anos passam e ainda não consegui controlar este poder que até agora só me trouxe tristezas… Só vejo mortes, é só para isso que eu sirvo. Rever as mortes… Como se fosse necessário, eu estava lá, para quê lembrar? Por isso que aquela visão foi especial, foi um futuro. Agora imaginem a minha cara quando no dia seguinte cheguei na cafetaria e vi ela. Estava junto com três raparigas e uma delas a espirrar. Quando passei por elas não pude evitar ouvir:
- Obrigada meninas… Mas o que faço eu com dois lenços? – perguntou-lhes a que estava a espirrar.
-Podes usá-lo para te assoares depois de espirar. – disse-lhe discretamente e sai, para uma mesa ao canto da cafetaria, no escuro, onde ninguém desse pela minha presença.
Ainda as ouvi a sussurrarem algo como “Quem é ela” ou “É um génio” ou até mesmo “Muitos até dizem que ela é do mal” , mas sinceramente já me habituei… Até que aquela rapariga, a da minha visão olhou para mim. Eu fingi que não vi, mas foi impossível, porque no momento comecei a ter uma visão:
“FOGE RAQUEL!” – gritava eu.
“Não! Eu não te deixo!” – ouvi uma voz distante…
“Por favor, vai-te embora!” – supliquei… Agora já não era uma visão futura, já estava a rever o passado… Aquele que eu queria profundamente esquecer.
“Juntos até à morte” – sussurrava-me ele. Logo ele…
Agarrei-me à mesa e, já com a  visão embaciada, vi que elas á se haviam ido embora. Fechei os olhos por segundos e vi que não desmaiei. Finalmente! Após tantos anos de tentativas fracassadas para controlar este poder inútil, finalmente consegui! Ainda fraca me levantei… Fui para as aulas monotonamente, comos sempre me sentando no fundo da sala, para não ser notada. 
Naquela mesma noite eu fui ver a lua. Necessitava de respostas. Pena que nunca as tive. Mas agora eu precisava de saber: quem era Raquel? E porque eu era tão importante para ela, ao ponto de ela não e abandonar quando eu lhe suplicava. Porquê que misturei duas visões de tempos diferentes? Porque comecei a controlar as visões? E mais importante: quem era a rapariga da minha visão e porque é que ela estava na escola? Senti a minha cabeça a queimar e já sabia que ia ter uma visão. Era aquela rapariga, ela estava num cemitério. E havia algo atrás dela. Aquela criatura… Não! Não! Era ele! 
Levantei-me antes de desmaiar e corri para o cemitério mais próximo. Vi que ela estava colocar flores numa campa. Mas que raio! Ela com uma criatura para matá-la e fica a colher florzinhas… Esta gente tem problemas… Corri e quando cheguei perto ela já estava desmaiada.
-MOÇA! ACORA E FOGE! 
Ela não se moveu… Vi que ele ia avançar sobre mim, portanto retribuía. Ele usava magia negra e combate corpo a corpo. Problema? Ele tinha o triplo do meu tamanho, quanto a poder acho que estávamos nivelados… Eu lançava feitiços, todos os que sabia e ele retribuía. Mas eu estava a perder. E se ela morresse? Eu se eu morresse junto? Não ia ser mau de todo, voltaria a ver o Daniel, mas os meus planos para morrer não estavam marcados para hoje. Corri para tentar protege-la com a minha vida. Mas porquê? Porque eu tentava tanto proteger aquela rapariga que não conhecia? Nem eu sei o motivo. Lancei o meu último feitiço, não tinha força para mais. Atingi-o e ele me atirou para longe. Depois apaguei..


[POV'S Tammy]Estava deitada na minha cama,com umas  trezentas mil perguntas vindo á minha  cabeça,não era tão fácil responder a todas essas perguntas,mas vou classificar as mais importantes em minha opinião.
Levantei-me da cama e comecei a andar no quarto me fazendo aquelas pacatas perguntas
-Primeira pergunta-disse falando comigo mesma- Quem é a novata?
-Segunda pergunta- Porque ela tem um cheiro tão estranho?...
-Cheiro?!-disse o ser que estava jogado na minha cama
-Sim cheiro,meu olfato é muito apurado sabia ?-disse enquanto olhava a criatura dos pés a cabeça
-Claro!Isso é bem típico de - fez uma breve pausa – O que você é mesmo?
-Você sabe muito bem-disse começando a ficar com raiva
-Ah,sim,é claro como poderia esquecer...Eu sou você ,e você é a filha de uma vampira com um anjo,não é mesmo ?
-Isso mesmo...
*Ela só era apenas fruto da minha imaginação,quase igual a mim mas com imensos cabelos compridos*
-O que está pensando ?
-Em nada que me interesse...
-Claro, Tamy,mas partindo para á terceira pergunta...
-Ótimo,terceira pergunta - Por que você não vaza daqui ?!-disse começando a ficar vermelha e a ponto de matar
-Por que eu tenho ótimas dicas para você...
-Quais ?...-disse ficando com uma imensa curiosidade
-A novata se chama Maria Raquel mc. Raven  Amoris ,é bem bonito,e muitos garotos estão começando a se ‘’apaixonar’’ por ela – ela disse dando um sorrisinho sínico
-AMORIS?!É o nome da escola - disse enquanto estava assustada – Mas como soube de tudo isso?
-Tamy... - fez uma pausa – Não sou apenas uma simples imaginação,posso rondar essa escola todinha,sem que ninguém me veja a não ser você,ou alguém que tenha sangue de humano...
-Sangue de humano
-Ah bem,eu sou visível aos humanos por causa de uma situação um pouco delicada... – Sou um tipo de monstro criado por você,e não visível para as criaturas mágicas
-Hum...Claro,mas voltando ás perguntas,quando passei por ela no teste de saúde,senti algo estranho...
-Algo estranho ?-disse ela arqueando uma das sobrancelhas
-Sim,ela me parecia um pouco diferente das outras - fiz uma pausa – Hum...Criaturas mágicas vampiros,bruxas,duendes etc...Não tem anjos não ?
-Claro que não,são  místicos não precisam de um outra criatura mística pra defende-las.Só se tivessem algo muito especial perto delas,ou uma escuridão muito grande cercando ele ou tivessem sangue de humanos...Por que ?
-Por nada,simplesmente nada,só uma pequena dúvida minha – suspirei – Acho que naquele dia fiquei um pouco variada por muito uso de magia.Achava que tivesse visto um anjo perto dela...
Deitei novamente na cama,com um terrível enjoou pelas pessoas que usavam perfumes em vez de quererem cheirar o seu próprio sangue,enquanto isso aquele ser ia sumindo aos poucos de lá,aquelas perguntas muito mal respondidas ainda me cercavam,e eu tenho que arrancar alguma coisa de alguém seja por bem ou por mal.


[POV'S Liliane]Levantei-me da minha cama na casa abandonada no cemitério e fui abrir a porta. Castiel, um Castiel molhado apesar de estar sol, entra na casa apressado.
     -Castiel – Digo na minha doce voz de tigresa – que bom que veio.
     -Liliane. Thamy – Olho para trás para ver Thamy acenar. Apesar de estar mergulhada nas sombras, Thamy dá… nas vistas. Afinal, não é todos os dias que vemos uma criatura meio anjo, meio vampira.
     -Perguntava-me se virias… - Digo apertando o robe contra mim -…tinha algo para te mostrar.
     Deixo o robe cair no chão e viro-me, à espera da reação surpreendida de Castiel, por me ver como vim ao mundo. Infelizmente, quem é surpreendida sou eu quando Castiel me dá uma estalada. 
     Olho para ele revoltada. Levanto-me e volto a colocar o robe.
     -Ora, ora, ora… - Uma rapariga loira sai das sombras com os dois clones atrás. Ambre – Quem diria que um dia, a poderosa Liliane iria se apaixonar por Castiel e ser rejeitada…
     -Cala a boca, víbora. – Cospe Castiel.
     Charlotte aparece na frente dele e quase que lhe arranca a cabeça.
     -Tem alguma coisa contra cobras?
     Rio. Charlotte olha para mim furiosa.
     -Deixa estar, Charlie – Diz Ambre
    -Sim, deixa estar, Charlie. – Gozo
    Castiel volta a sua atenção para mim.
    -O pacote.
    Faço sinal a Thamy.
    -Thamy, traga essa coisa.
   Thamy sai das sombras e traz consigo um pacote preto, com um laço rosa. Pego nele e abano. Oiço um leve chocalhar. Ai que coisa, a curiosidade está me matando. Entrego o pacote para Castiel que imediatamente o abre, retirando uma chave da cor do ouro, com um losango de vidro cheio de um líquido roxo.
    -A chave de Lybirint, o Reino das Sombras? – Pergunto perplexa – Como conseguiu?
    Castiel sorri.
    -O mercado negro. 
   Li aproxima-se feita cabra.
   -Sabe Castiel, eu consigo controlar os animais. Controlar lobisomens não deve ser mais difícil…
   Castiel sorri e vai-se embora. As trás cabras viram-se para lhe seguir o exemplo, mas antes, Ambre tem o desplante de me atirar à cara:
    -Parece que os seus paizinhos tiveram a excelente ideia de mandar a sua irmãzinha Elaine tomar conta de ti. Aproveita.
    Agarro numa jarra de vidro e atiro-lha à cara, mas ela já fechou a porta.


Capitulo 9] -Onde é que estiveste?
   -O que é isso?
   -Estava a ver que nunca mais!
   Levo as mãos aos ouvidos e espero que elas se calem. Quando por fim oiço silêncio, tiro as mãos e oiço o que elas têm para dizer.
   -Raquel! – A primeira a falar é Havena – Onde estiveste?
   -Estávamos à tua espera! – Diz Caroll – Está na hora das compras!
   -E apesar de sabermos que não podes ir, - continua Thata – deves ter pelo menos o direito de ver os vestidos!
   Olho para elas todas bonitas, e falo da boca para fora.
   -Oh suas cabras deslavadas! Eu a pensar que tinha acontecido algo de mal, e afinal é tudo por causa da porcaria de uma saída?
   Elas olham para mim, feitas parvas, e depois abraçam-me a dizer: “Estavas preocupada connosco” e “dá cá um abraço”, e depois eu derreto-me que nem manteiga nos braços delas, pena não serem nem o Castiel nem o Nathaniel. Mas que coisas pervertidas estou eu a pensar? Pensa em coisas boas, coisas boas, coisas boas… ah, já sei!
   -Então, onde vamos?
   Thata arrasta-me até à porta e Caroll e Havena começam a empurrar-me.
   -Vamos comprar os vestidos para amanhã! 
   -Para amanhã? E só agora? Porquê?
   Caroll trata de me explicar tudo.
   -É que a loja de roupas tem uma maneira diferente de trabalhar. Quando há algum evento importante, as roupas mais bonitas só veem na véspera e estão em super híper mega promoção! É como matar dois coelhos com uma cajadada! O problema é que só há UM vestido. Nada de cópias, então temos de nos despachar!
   Corremos até uma casa roxa (isso mesmo, roxo) atulhada de gente e entramos empurrando pessoas e pessoas.
   Caroll puxa-me por um braço e corre comigo até um cabide de vestidos e começa a atirar-me com vários para cima. Uns dez minutos ela escolhe um vestido vermelho sem alças e justinho, e depois voltamos a encontrar-nos com Thata.
   -Onde está Havena? – Pergunto
   -Está a experimentar um vestido – Diz Thata.
   Elaine aproxima-se de mim a rir e a cantar, num bonito vestido azul pelo joelho, com uma renda branca e uma faixa rosa.
   -O que achas do vestido? – Pergunta-me. 
   O meu colar começa a brilhar e a minha fada madrinha sai. Aos risinhos aponta a varinha para Elaine e o seu vestido começa a brilhar, com uma cor mais intensa. Umas pequenas borboletas com as asas da cor da faixa aparecem. 
   -Agora sim, é um vestido bonito – Diz a fada e desaparece.
   Thata faz sinal a Elaine para rodar, e ela roda com prazer. A rapariga horrorosa do teste de saúde, a Liliane, aparece e começa a rir, com umas madeixas verdes brilhantes recém-feitas. 
   -Bonita? E que raio de vestido é esse? Cresce e aparece!
   Elaine olha para ela com um brilho maldoso nos olhos.
   -Pelo menos não estou vestida de cabra frígida…
   Os olhos de Liliane chispam e ela está preste a dar-lhe um estalo, não fosse Ambre tropeçar para cima dela. As duas começam a puxar o cabelo uma à outra, até que o empregado da loja (Leigh, tenho de dizer que ele está muito bonito?...!) aparece e as expulsa. Elaine sorri com prazer.
   -Vamos embora?
   Thata faz que não com a cabeça. 
   -A Havena ainda não apareceu. E eu ainda não me decidi – mostra-nos dois vestidos muito parecidos – amarelo ou cinzento?
   -Hum… não sei. – Diz Caroll
   -Eu vou procurar a Havena – Digo.
   Deixo para trás Thata e Caroll que começaram uma discussão sobre o vestido ideal e dou uma volta á loja. Quando não a acho, pergunto ao primeiro que me aparece à frente.
   -Desculpe, viu a minha amiga?
   O homem vira-se.
   -Bem, eu nunca fui bom em achar mulheres, mas posso sempre tentar!
   -Raphael! – Digo a rir-me. Ele ri-se também e faz sinal para uma cortina lilás.
   -Ela entrou lá dentro à uns quinze minutos. Acho que o vestido lhe fica apertado. Queres que eu a vá ajudar? – Diz com um sorriso matreiro.
   Empurro-o no gozo e ele faz-se de ofendido. Aceno-lhe e vou até à cortina, que descubro ir dar aos vestiários. Há vária roupa no chão: vestidos, camisolas, saias, roupa interior, e começo a ouvir risinhos abafados e sons… íntimos. Avanço até à única cabine fechada e começo a sentir a tão esperada corrente eléctrica no meu braço. Meto a mão no puxador e abro.
   Um grito. Um soutien a vir na minha direcção. Um pontapé.
   Quando recupero do choque, encontro Havena com o cabelo todo em pé, Lysandre em cima dela e várias peças de roupas no chão.
   Havena lança-se sobre mim (ainda bem que ela tem a roupa interior posta) e agarra-me no braço.
   -Não é o que tu pensas!
   Enxoto-a e olho-os com repulsa e nojo.
   -Por favor, não contes à Thata!
   Olho-a indignada e não digo nada.
   -Devias ter vergonha… - Digo por fim – e tu, Lysandre, pensava que ias ao baile com a Thata!
   Ele olha para mim zangado.
   -Não está numa boa posição para me criticar.
   -Ai não? Pelo menos não sou eu que ando por aí, a desflorar a primeira que aparece. 
   Aponto a minha mão para o Lysandre e em vez de uma corrente eléctrica a passar, sinto um choque parecido a um térmico, uma brisa fresca a passar por mim e um clarão sai da minha mão. Os olhos do Lysandre ficam cinzentos e sem reação e puxo Havena para mim.
   -O que lhe fizeste? – Pergunta com medo
   -Apaguei-lhe a memória. E vou fazer o mesmo com a tua… - Digo
   -Não! – Diz cheia de medo – Por favor, eu conto à Thata, prometo!
   Fico na dúvida mas acabo por aceitar. Mando-a vestir-se e vamos embora.
   -Espera! – Digo quando saímos do vestiário – Vai buscar um vestido.
   Ela acena, vai até um cabide e tira um vestido muito bonito, com alças que começa rosa e acaba verde; com os desenhos de pétalas de flores e folhas castanhas (algumas das quais a arder) a serem levadas pela brisa. Tenho de admitir: combina perfeitamente com Havena, mas a única coisa que consigo pensar é: “Galdéria”.
   Encontramo-nos com as meninas e vamos para casa.

   Sinto uma dor enorme na cabeça e dobro-me ao meio. Uma outra pancada na barriga e penas na boca. Penas?
   Abro os olhos e consigo escapar-me de uma almofada na cara. Agarro na minha almofada e dou uma pancada com toda a força a Caroll. Surpreendentemente, ela começa a rir-se.
   -Bom dia. – Digo quando ela para de rir.
   -Bom dia…
   -É a de manhã, da tarde, ou da noite? – Pergunto, como faz a minha mãe.
   Ela olha para mim confusa.
   -A quê da manhã, da tarde e da noite?
   -A pancada – Digo com um sorriso.
   Ela ainda me dá com uma almofada na cabeça, antes de eu ir tomar o pequeno-almoço na nossa cozinha. Caroll junta-se a mim. Por fim, caio na curiosidade. 
   -Então, vais com quem ao baile?
   -Oh, eu sou a presidente do comité de boas vindas, então estou demasiado aterefada para ter um par.
   Olho para ela.
   -Ele não te convidou, pois não?
   -Não. – Suspira
   Conforto-a ao dizer que pode fazer-me companhia nas bancadas/bastidores do baile (descobri na noite passada que apesar de estar de castigo e não poder participar, tenho de ficar nas bancadas do ginásio a observar o baile – apesar de haver uma cortina a separar-nos). Ela sorri e corremos as duas para a aula de Química Mágica. Na aula não fazemos grande coisa, apenas mistura-mos uns líquidos e fazemos aparecer u, canário. Nada fora do normal. Depois vamos almoçar e finalmente, temos ordem para nos arranjar-mos.
   Ajudo Caroll a atar o cabelo num coque perfeito e preparo-me para a ajudar a vestir, mas Castiel vem-me chamar para o castigo.
   Sigo-o por entre os corredores, mas quando saímos da escola, ele agarra-me nas mãos e prende-me à parede. Começa a beijar-me a boca, com beijos escaldantes e muito, muito sexy’s, e depois passa para o meu pescoço.
   Eu sei que chamei a Havena de galdéria e que agora estou a fazer isto, mas eu NÃO tenho escolha! 
   Ele passa a mão debaixo da minha saia e antes que eu faça alguma coisa de que me arrependa, aparece Nathaniel.
   -Sai já de cima dela, seu filho de uma _____! – Atenção, por motivos de segurança aos mais novos, eu prefiro não dizer TODOS os cinquenta e três nomes que Nathaniel proferiu. Só posso dizer que o Castiel se foi embora vermelho de raiva e envergonhado.
   -Obrigada, Nathaniel. – Digo tirando o pó da saia.
   Mas eu cantei vitória cedo demais. Nathaniel toma o lugar do Castiel e prende-me à parede, dando-me beijos de tirar a respiração. A sua mão passa por debaixo da camisola e ele começa a brincar com o soutien. Ponho as mãos no seu peito e tento afastá-lo, mas ele é forte. Penso em lançar um feitiço, mas depois lembro-me de algo melhor. Junto as pernas e quando ele se aproxima de mim (ainda mais), dou-lhe um pontapé no… vocês sabem onde. Ele dobra-se em dois e começa a arfar.
   -Mas o que é que se passa com os rapazes daqui! – Grito furiosa. 
   -Des… cul… pa… - Diz entre respirações – Não… me… consegui… conter… -Ele olha para mim – és… muito… bonita…
   Farta, dou-lhe um pontapé na barriga. E depois, arrependida, ajoelho-me e tiro-lhe as dores com um feitiço simples para tirar as dores menstruais (ei, não me olhem assim, funcionou!). Ele olha para mim corado e diz-me que é para eu ir para as bancadas, ver o baile. Agradeço e vou-me embora, deixando-o com uma bengala na mão e a coxear de dores.
Quando chego ao ginásio está tudo uma confusão: a diretora e os professores de um lado para o outro, a arrastar cadeiras e por comida em cima das mesas; Castiel e os outros a arrastar cadeiras e a limpar tudo. 
   Castiel acena para mim e sinto-me corar. Primeiro, foi o meu PRIMEIRO beijo; segundo, ele teve as mãos no MEU traseiro; e terceiro, o Nathaniel fez o mesmo! Quer dizer, à primeira vista ele parece bonzinho, mas quando o conhecemos… pervertido!
   Avanço com eles e ajudo a colocar batatas e carnes frias na mesa, e quando chegam as oito da noite, vou para as bancadas e sento-me ao lado de Raphael.
   Olho por cima do seu braço e vejo que está a desenhar… a mim.
   Ele apercebe-se da minha presença e olha para mim assustado. Ok, nada arrepiante.
   -Raquel…
   -Desenhas muito bem…
   Ficamos a escrever uma composição sobre o baile, a decoração, o que acontece… etc., até que Thata aparece num elegante vestido amarelo, com umas manguinhas pequeninas e folhos brancos. Passa através das cortinas e puxa Lysandre consigo; um Lysandre muito elegante num fato e gravata amarela.
   -Estás ai! – Diz-me. Dá-me um beijo na bochecha e olha para Raphael ainda a desenhar-me. – Uau, nada arrepiante. Está muito parecida.
   -Obrigada, Raphael.– Diz Raphael.
   -Thata.
   Caroll aparece no seu vestidinho super híper mega curto vermelho, muito corada.
   -Oi, Raquel! Thata, estás aqui! E com o Lysandre… boa. O torneio vai já começar.
   -Torneio? – Pergunto. Caroll olha para mim entusiasmada
   -Sim! É um torneio entre os rapazes, quem ganhar recebe um lindo colar para oferecer a uma rapariga, e para ela lhe agradecer, os dois tem de dançar!
   Thata e Caroll começam a dançar feitas tontas.
   -E, é apenas uma dança!
   Thata olha para mim zangada.
   -Uma DANÇA? Raquel, por onde tens andado! Nunca ouviste dizer, que o primeiro casal, um rapaz e uma rapariga, que se juntarem e dançarem sobre a luz da lua cheia, no primeiro baile do ano, vai ter sorte no amor PARA SEMPRE!
   Raphael levanta-se num pulo entornando a bebida que Lysandre tinha ido buscar.
   -Tu disseste, para sempre?
   -Sim.
   -Eu posso participar?
   -Sim.
   Raphael dá-me as suas coisas e começa a correr em direcção às cortinas.
   -Onde é que vais? – Pergunto.
   Ele olha para trás corado.
   -Ganhar o colar. Ficaria lindo com os teus olhos.
   O meu coração bate descompassado. Ok, pronto, os rapazes daqui estão doidos, mas ele foi amoroso.
   Thata olha para mim confusa.
   -Ele ainda nem viu o colar…
   Caroll dá-lhe uma cotovelada e sorri para mim. 
   Espreito por entre as cortinas e vejo a professora Jolie subir ao palco (umas mesas de um lado do campo), num vestido vermelho semelhante ao da Caroll. Ela pega no microfone, e anuncia numa voz sedutora.
   -Senhoras e senhores, que o torneio pela donzela mais bonita comece!


esse cap. tem um pouquinho de violência, foi avisado
 Capitulo 10]-O torneio consiste no seguinte: os rapazes terão de lutar, imobilizando os seus companheiros, até que só um esteja de pé. Não se podem magoar e ou matar. O primeiro a agarrar no colar… - Uma mesa aparece no centro do ginásio com uma bola de vidro no meio. Dentro, consigo ver a forma de um colar – ganha. Vale regressarem ás suas verdadeiras formas. Boa sorte.
   A maioria dos rapazes na sala vão até lá, formam um círculo à volta do colar e olham-se com desprezo. Consigo ver Havena ao lado de Jade, dizendo-lhe para ir. Jade acaba por aceitar e junta-se. Conheço a maioria dos rapazes ali presentes, se bem que há muitos que me são desconhecidos. 
   Castiel aparece atrás de mim. Olho para ele furiosa e ele vira a cara na direcção da Caroll.
   -Estás muito bonita – Diz – Tenho de admitir, ficas bem de vermelho.
   -Obrigada – Diz a minha companheira de quarto muito, corada.
   -Mas uma vez tábua, sempre tábua – Diz olhando para o peito dela.
   Caroll olha para ele com cara de malandra.
   -Se achas que tenho pouco peito, então não te aproximes da Ambre.
   Ele ri.
   -Queres o colar? – Caroll diz que sim – Então eu vou busca-lo.
   Castiel junta-se aos outros no círculo, e quando a Prof. Jolie bate palmas, todos os rapazes mudam.
   Ken apressa-se a tirar os óculos e torna-se num borracho, tornando logo um rapaz em pedra. Ele consegue fazer isso? Fixe.
   Castiel e Lysandre transformam-se em lobos. Um lobo cinzento e um com pelo vermelho, e muitos, muitos músculos. E dentes.
   Nathaniel encolhe-se e quando volta a endireitar-se, tem duas bonitas asas azuis nas costas. O Nath é uma fada? Estou chocada.
   Leigh olha para uma rapariga de cabelos brancos que sorri feliz, e depois torna-se num lobo.
   Jade começa a mover as mãos, e como Havena, faz aparecer bolas de fogo no ar.
   Os restantes rapazes apenas olham para os outros. Entre eles está Raphael, que é um feiticeiro.
   A professora bate outra vez as mãos e os rapazes atiram-se para o colar.
   Um rapaz de cabelos pretos atira-se a Ken, mas ele torna-o em pedra. Outro rapaz se atira para ele, mas torna-se rapidamente numa estátua. O terceiro a tirar-se a Ken tem mais sorte, é Castiel e consegue derrubá-lo e prende-o ao chão… com baba.
   Jade atira-se a Leigh, que é rápido e vai logo tentar apanhar o colar. Felizmente para mim, Nathaniel está a voar e faz uma espécie de feitiço e     Leigh deixa de se conseguir mover.
   Vários rapazes atiram-se então a Raphael, que tinha ficado a lutar com um rapaz mais velho, mas ele atira-os a todos para longe.
   No campo ficam apenas Angel, Castiel e Lysandre (que tinha ficado a fazer sabe deus o quê), Nathaniel, Jade e Raphael. Lysandre corre para o colar, mas Castiel morde-lhe a pata e os dois ficam numa luta patética, deitados no chão. Angel aproveita e ataca Jade, mas os dois acabam por chocar com Nathaniel, e acabam presos numa rede por Raphael. Lysandre volta a transformar-se em humano, todo suado e desiste de lutar. Castiel aproveita e corre para o colar, mas Raphael começa a correr também. A alguns centímetros da mesa, Castiel agarra em Raphael e manda-o para o outro lado do ginásio. Aproxima-se da mesa e agarra na bola.
   A professora dá autorização a umas raparigas da turma da noite, e elas soltam os confetti. Castiel fica rodeado de raparigas bonitas, a pedirem para ele abrir a bola e para as escolher. Mas ele faz sinal a Caroll, e quando ela se aproxima dele, espeta-lhe um beijo e abre a bola.
   Toda a gente solta “ah!” de exclamação, porque a bola tem dentro… nada. Nem um anel. Castiel olha confuso para todos os lados e para toda a gente, estando a escola toda em silêncio. Até que Raphael se levanta, todo sujo e radiante… com um colar na mão.
   Toda a escola começa a gritar, e Raphael avança para mim, contente. Saio das bancadas e avanço até ele. Balançando o colar no ar, ele olha para mim a sorrir.
   -E então, queres.
   Eu aproximo-me dele, e agarro no colar, que tem a forma de uma lua. Abano a cabeça.
   -Não.
   Toda a escola começa a reclamar.
   -E porque não?
   -Porque não mereço… mas sei de uma pessoa que merece.
   Olho para o fim da sala, onde Elaine veste o seu vestidinho lindo, e olha hipnotizada para Dajan. Raphael segue-me o olhar. Suspira, e volta a olhar para mim.
   -Ok, mas ainda quero que dances comigo.
   Faço que sim com a cabeça e observo-o ir ter com Dajan, que vai ter com Elaine e lhe oferece o colar. Raphael volta para ao pé de mim.
   -Então, dançamos?
   -Sim, mas primeiro temos que mudar de roupa. – Aponto os dedos para ele, sinto a corrente eléctrica no corpo todo e observo a sua roupa mudar de calções e t-shirt, para um fato branco. 
   Ele olha para si mesmo, abanando a cabeça, aprovando. Depois olha para mim e estica as mãos. Sinto a minha roupa ondular e fecho os olhos, para ser surpresa. Bem, eu fico mais do que surpreendida quando abro os olhos. Na minha cabeça estavam umas orelhas de coelhinha, no meu traseiro, uma cauda. Umas botas pretas até ao joelho, e um fato de banho?
    Olho furiosa para Raphael que está vermelho que nem um tomate.
   -Desculpa! – Grita. Volto a sentir a roupa a ondular e quando olho, já não estou uma coelhinha da playboy, mas sim uma rapariguinha bonita. Os meus sapatos tornaram-se numas sandálias brancas, e a roupa num vestido simples e leve branco, com uma faixa, rendinha e folhos rosa.
   -É… perfeito. – Digo abraçando-o. 
   Uma música romântica começa a tocar, e eu e Raphael começamos a mover-nos devagar. Ficamos assim uns três minutos, a danças sozinhos no meio da pista, até que mais casais se juntam a nós e a música muda para algo mais… “dançável” (se é que a palavra existe).
   Mas de repente, quando abro os olhos, parece-me ver outra vez aquela sombra. Olho novamente e vejo que não é ela, mas sim aquela rapariga do teste de saúde… a Tamy. Mas que estranho, eu estou vendo DUAS Tamy’s! 
   Esfrego os olhos e olho de novo. Sim, elas são parecidas, mas tem uma diferença. Para já, uma está ao lado da odiosa Liliane, tem um vestido rosa até aos pés, e uns lindos olhos azuis; e a outra, o cabelo atado em rabo-de-cavalo (e um cabelo muito comprido), roupas de caça e olhos vermelhos sangue. 
   A Tamy “2” olha para mim curiosa, e depois abre a boca no trejeito de sorriso.
   Um relâmpago cruza o céu e o trovão faz a escola toda tremer. Literalmente. As luzes apagam-se e eu agarro-me a Raphael para não cair. Novos trovões fazem a escola cair e começo a sentir uma coisa qualquer a cair-nos em cima. Parece neve, mas estamos num ginásio. A música deixa de tocar e de repente, começam os gritos.
   -É ele!
   -Salve-se quem puder!
   -É o Sombra! É ele, é ele…
   Raphael abraça-me com mais força e grita-me:
   -Estamos a ser atacados! Agarra-te!
   Um novo estrondo faz-me cair no chão, e Raphael cai em cima de mim, protegendo-me com o corpo. De repente, os gritos acabam e Raphael deixa de se mover.
   -Raphael… Raphael! – Sussurro, mas sei que é inútil. Sinto-lhe a respiração lenta e fresca na nuca da cabeça, e um dos seus membros pressionado contra a minha coxa.
   Começo a ouvir gritos e sons metálicos. Sons de luta. Afasto Raphael e começo a tactear a saída. Acabo por achar a porta do ginásio e saio para a noite fria.
   A lua está grande e brilhante, e as estrelas brilham imenso. Procuro a luta e vejo Mel lutando com Liliane, Tamy, e Ambre, que luta tanto com Mel, como com Liliane.
   Corro para lá no preciso momento em que Ambre lança uma rajada de vento na direcção de Mel, que fica com os olhos cinzentos sem reação. Lanço-me na sua frente e acabo por levar com o vento na barriga. Quando caio no chão dobro-me em duas, com o sangue a escorrer. Mel volta a si e quando me vê quase tem um ataque.
   -Sua LOUCA! Que raio de ideias tens tu? Primeiro metes-te a colher flores com um assassino atrás de ti, e agora serves de saco de boxe? Ah, vai dar banho à cobra!
   Ambre volta a tentar atacar, mas Mel faz um campo de forças à nossa volta e o feitiço faz ricochete, acabando por acertar em Liliane. Feridas (tanto fisicamente como no orgulho) começam a fugir. Mel olha para mim e começa a correr atrás delas.
   Deixo-me ficar no chão até que sinto um choque parecido a um térmico, uma brisa fresca a passar por mim e um clarão aparece. Primeiro fico atordoada, mas depois percebo que estou tão saudável como dantes. Levanto-me e começo a andar até ao sítio onde vi Mel e as outras desaparecerem. Enquanto ando, reparo numa chave caída no chão. É muito bonita, dourada como o ouro e com um losango de vidro, com um líquido roxo dentro. 
   Aproximo-me e toco na sua superfície irregular, que imediatamente começa a vibrar. Vejo um novo clarão e começa tudo a girar. Agarro-me ao chão até que o mundo para de girar. Quando para e abro os olhos, já não estou na escola, mas sim no corredor branco com várias portas pretas.
Começo a andar desnorteada, à procura da saída, mas quanto mais procuro, mas perdida fico.
   -Não acredito… - Digo – estou Perdida no Corredor!
   Lembro-me então que quando era mais nova, eu tinha exactamente o mesmo sonho todas as noites. Um grande corredor sem saída, mas com várias portas.
   De repente, oiço um grito masculino. Sigo-o e vejo que vem por detrás de uma porta. Rodo a maçaneta e o que vejo deixa-me enojada. Raphael, as minhas amigas, a minha mãe… todos eles num monte vermelho. Avanço para lá, mas assim que entro na sala estou no cimo do monte, com as roupas rasgadas e cheias de sangue.
   Começo a gritar horrorizada, e a realidade começa a girar outra vez. Quando me apercebo, estou outra vez no início do corredor.
   As lágrimas caem descompassadas, e eu já não sei o que fazer.
   -Eu só queria sair daqui… - Digo.
   -E então porque não sais? – Pergunta-me uma voz calma, sedutora, doce e muito familiar. Olho à minha volta para ver se vejo alguém, mas não vejo nada. – Aí não… aqui. – Sinto um calor no meu peito, no meu coração. Não é mau, é apenas… diferente.
   Fecho os olhos e enrolo-me numa bola. Começo a acalmar-me, e quando isso acontece totalmente, sinto o sol a bater-me na cara, relva por debaixo de mim e passarinhos a cantar.
   Abro os olhos e levanto-me, maravilhada. Da escola tinha ido parar a um corredor, e do corredor a um bosque… não, um bosque não. Uma espécie de cidade. A relva é verde alface, com muitas flores de todas as cores, um céu azul cheio de pássaros, muitas árvores e animaizinhos pequeninos. De repente, dá-me vontade de cantar, como aquela freira no “Música do Coração”.
   -Ei, estranha! Estás no meu território! – Volto-me para trás para ver uma rapariga de cabelos vermelhos, olhos cinza, pele clara, e muito bem maquilhada. 
   Uma rapariga muito parecida com ela, tirando os olhos, que são azuis e mechas brancas no cabelo, aparece e abraça-a afastando-se logo.
   -O que a Ane está a querer dizer, é: estás perdida?
   Olho para as duas chocada, mas não consigo falar, porque elas começam logo a cometar.
   A primeira rapariga, a Ane, avança para mim e cheira-me.
   -Hum, és humana?
   -Mas é claro que não. – Diz a sua irmã gémea – Tu bem sabes que humanos NÃO podem entrar aqui.
   -Mas ela tem um cheirinho muito bom… - Diz Ane – Como é que vieste aqui parar?
   Olho para ela um bocadinho assustada.
   -Eu não sei. Num momento estou na escola, depois aqui.
   A gémea de Ane olha para mim com pena.
   -Pobrezinha. Anda, vamos mostrar-te os lugares daqui! Eu sou a Aniey, já agora. E tu?
   -Raquel. –Digo.
   As meninas puxam-me por entre as árvores e rapidamente vamos ter a um caminho de pedra. Andamos durante uns minutos, até que chegamos a uma vila. Não vejo muita gente passar, mas há imensas casas e lojas. Aniey e Ane vão-me explicando tudo, desde como nasceu a cidade, até o que podem fazer.
   -Nós sabemos apenas que a cidade foi feita para nos proteger de um mal maior. – Explica Ane.
   -Não sabemos que mal – continua Aniey – mas a cidade é muito fixe, durante o dia. Aqui não precisas de dormir, comer, ir à casa de banho, nem envelheces!
   -Espera, disseste, durante o dia?
   As meninas param de andar e olham para mim, envergonhadas. Aniey olha para o céu, onde o sol se começa a por.
   -Bolas, Ane – Diz enervada – Vai começar, já está a escurecer. Temos de nos esconder!
   Elas agarram-me e puxam-me, entramos numa loja de carne e escondemo-nos atrás do balcão. Uma senhora de toca e avental aparece.
   -Olá meninas. Uma amiga nova? O que se passa?
   Ane faz sinal para a mulher olhar lá para fora. Quando a mulher olha e vê que a Lua começa a nascer, fica muito branca.
   -Depressa, meninas. Fujam pelas traseiras!
   Eu, sem perceber nada, sou arrastada até à porta das traseiras. Saímos para a rua e começamos a correr. Infelizmente (ou não), ao virar da esquina batemos em alguém. Quando vejo quem é, quase que começo a chorar.
   É Castiel.

Amanhã posto mais Minna *.*

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